Teatro
COLISEU DO PORTO
O Arquitecto Cassiano Branco é autor de algumas obras de referência no património teatral português, designadamente o Éden Teatro e o Cinema Império, ambos em Lisboa, mas sobretudo o Coliseu do Porto. Ora, é este o único que hoje mantém a função cultural e de espectáculo para que foi projectado e construído, pois o primeiro está transformado em Hotel e o segundo em templo religioso…
Desse destino escapou em 1996 o Coliseu do Porto, por força de um verdadeiro movimento cívico e popular alavancado no Governo, na Câmara Municipal, nos meios artísticos e culturais e em entidades oficiais, empresas e população reunidos na Associação dos Amigos do Coliseu do Porto.
Trata-se de um obra paradigmática da arquitectura modernista de espectáculo, tal como a vemos praticada em Portugal ao longo sobretudo das décadas de 30-40 do século passado, no esplendor da grande geração dos Cine-Teatros, um pouco por todo o país. Só que, neste caso concreto, a dimensão do projecto e a sua qualidade tornam-no excepcional.
O Coliseu do Porto herdou o espaço e a tradição de um Salão Jardim Passos Manuel, que, de 1908 a 1938 animou as noites portuenses, com teatro, cinema, music~hall, café concerto e musica erudita e popular. Era uma sala de boas dimensões, notável na diversidade dos espaços e na qualidade da arquitectura do ferro, completada com um palco e auditório ao ar livre.
Entretanto, em 1937 inicia-se um complexo processo de construção do Coliseu do Porto. Complexo, desde logo, pelas sucessivas alterações do projecto, a partir de esboços não concretizados que Cassiano assume em 1939, mas que envolverá colaborações mais ou menos decisivas de Júlio de Brito e Mário de Abreu, este sobretudo no interior. Mas ficou um conjunto arquitectónico notabilíssimo, desde logo pelo arrojo da sua própria dimensão e implantação na Baixa portuense: uma sala de espectáculos principal com 3550 lugares, numa arquitectura interior de curva e contra-curva prolongando-se por três áreas de balcão e uma de camarotes, e ainda foyers, zonas de acesso decoradas em sucessivos baixos relevos e, desde 1971, um Cine Estúdio Passos Manuel, implantado no antigo salão de Festas evocando o nome e a tradição da sala anterior. E mais ainda: a vastidão da plateia da sala principal permite a sua transformação em arena circense.
A fachada é dominada por uma torre vertiginosa que sublinha o rectilíneo modernista do conjunto, e contrastante com a área urbana de implantação. Um teatro como este tem uma obvia vocação multi-espectacular e multidisciplinar, que o Coliseu do Porto amplamente cumpre: sala de acolhimento, abrange o teatro ligeiro e o teatro declamado, a ópera, opereta e zarzuela e bailado, o cinema, a musica sinfónica, de câmara e ligeira e o próprio circo.
Em 1996, o Coliseu do Porto sofre um incêndio que atingiu o palco e parte da sala. Foi então reconstruído e renovado (1998-2001) sob projecto doo Arq. Rogério Cavaca.
Horário da bilheteira: todos os dias, excepto Domingos e Feriados, das 13h00 às 20h30. Em dias de espectáculo a bilheteira encerra às 22h00.
Horário da bilheteira no mês de Agosto: de Segunda a Sexta-feira, das 15h00 às 19h00.
Informações / Reservas: +351 22 339 49 40
Horário: de Segunda a Sexta, das 14 às 18h
Com excepção das produções realizadas pela AACP, as reservas são efectuadas através da Ticketline (21 003 63 00)
Sandra Vaz Costa, “Arquitectura Moderna portuguesa”, ed. IPPA, 2004; Ana Tostões, “Sob o Signo do Inquérito” in “Inquérito à Arquitectura do Século XX em Portugal”, ed. AO, Lisboa 200; José António Ferreira de Barros, “Coliseu do Porto – 60 Anos”, ed Associação dos Amigos do Coliseu do Porto, Porto 2001