"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Teatro

TEATRO NACIONAL DE D. MARIA II: UM PATRIMÓNIO MATRICIAL

Distrito: Lisboa
Concelho: Lisboa

Tipo de Património
Teatro
Proteção Jurídica
15 962, DG 214, de 18-09-1928
Uso atual
Espaço de Teatro
Equipa Técnica
Presidente do Conselho de Administração: Maria João Brilhante
Descrição

Na perspetiva da História da dramaturgia e do espetáculo, o Teatro de D. Maria II assume obviamente uma importância referencial. Foi desde sempre um teatro do Estado, gerido até quase aos nossos dias por sucessivas concessões, sendo como se sabe a mais duradoura a da Empresa Rey Colaço-Robles Monteiro: e é justo referir a importância que, na época e com os altos e baixos inerentes a mais de 40 anos de atividade, a D. Maria assumiu na renovação de repertórios, elencos e artes do espetáculo em geral.

Mas antes e depois, e desde e fundação em 1864 até aos nossos dias, essa função renovadora de Teatro Nacional e Normal, como Garrett o concebeu em 1836, manteve-se com as óbvias oscilações de mais de 160 anos de atividade: e não tem fim a lista de dramaturgos, atores, cenógrafos, encenadores e artistas em geral que o D. Maria abrigou, formou e projetou.

Assim é no plano propriamente teatral. Porque, no plano específico do património,  que aqui mais nos interessa, o D. Maria II, apesar das reformas e do incêndio de 1964 que quase o destruiu,, manteve uma coerência e uma continuidade que não impediu as  sucessivas alterações e modernizações, mas não modificou substancialmente o edifício.

A traça deve-se ao então jovem arquiteto italiano Francisco Lodi: terá pesado o facto de ser primo da Condessa de Farrobo e ter dirigido a recuperação do Teatro das Laranjeiras: e o Conde de Farrobo fez parte de um grupo de notáveis da época que, depois de muita polémica, levaram a cabo a construção do teatro, em terrenos que no passado viram erguer edifícios diversos, entre eles, o Palácio da Inquisição.
O Teatro inaugurou-se pois em tons branco e dourado, numa sala à italiana que teve de início uma espécie de bancada, suprimida nas obras de 1861. O interior era ornado com estuques e estátuas alusivas ás artes do espetáculo, da autoria de António Monteiro da Fonseca e Francisco de Assis Rodrigues. Posteriormente, o teto é repintado por Columbano. A sala passa a verde, depois a vermelha. E o pano de boca era de Rambois e Cinatti.

O grande problema estrutural do D. Maria II decorre, entretanto da própria implantação sobre áreas alagadiças da cidade. E se é certo que o teatro, no eixo central da praça nobre de Lisboa, marca ainda hoje pela austeridade harmoniosa do frontão clássico e da colunata aberta à praça, certo é também que sucessivos restauros sempre enfrentaram o risco de infiltrações: Garrett, afastado pelos azares da política, chamava-lhe “o agrião”!

O incêndio de 1964 e o lentíssimo restauro respeitaram como já vimos, a traça romântica, mas melhoraram obviamente a funcionalidade, quer no ponto de vista técnico, sobretudo no palco, quer no ponto de visita da rentabilidade cultural, chamemos-lhe assim. A sala estúdio valorizou a atividade cénica e permitiu desdobramentos do espetáculo. Recuperou aliás a designação de Almeida Garrett, com que a República crismara o próprio Teatro, numa homenagem obviamente justa mas que contrariava a tradição, posteriormente reposta.

Ao longo destes anos, depois do restauro, toda a tecnologia de cena foi modernizada, servindo por vezes de modelo a obras efetuadas em outros teatros e cine-teatros.
E precisamente: o grande valor matricial do Teatro de D. Maria II, no plano do património, alem da beleza do edifício e da valorização urbana, foi o movimento de construção de salas de teatro que, a partir de meados do Século XIX, se desenvolve por todo o país. No início do século XX funcionavam em Portugal para cima de 150 teatros. Desde teatros à italiana construídos de raiz – e subsistem algumas dezenas, ativos, restaurados ou arruinados mas identificáveis, como iremos vendo – até pequenas salas mais ou menos improvisados e Igrejas e Conventos adaptados, depois da expulsão das Ordens, a par de hospitais e quartéis: iremos vendo também os teatros que restam.

Modo de funcionamento
Bilheteira | Horários
Dias de Espetáculo > 3ª a Domingo: das 13h00 até à hora de início do espectáculo
Dias sem Espetáculo > 3ª a Sábado: das 13h00 às 19h00
Domingo: Encerrada

Contactos
Telf.: + 351 213 250 835
Fax: + 351 213 250 938
reservas@teatro-dmaria.pt
Morada
Praça D. Pedro IV
1100-201
Lisboa
Telefone
+351 213 250 800
Fonte de informação
Duarte Ivo Cruz
Data de atualização
15/05/2013
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