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Fortalezas em Oman

País: Oman
Distrito: Aveiro
Concelho: Águeda

Tipo de Património
Uso atual
Locais de visita
Proprietário/Instituições responsáveis
Sultão de Oman
Descrição


Aldeia de Khunzar no estreito de Musandam

Estabelecendo a ligação entre o Mar Arábico e o Golfo Pérsico, o Golfo de Oman constituiu o principal ponto de acesso dos portugueses a este território.
A chegada de D. Afonso de Albuquerque a Ormuz é antecedida por uma expedição ao longo da costa de Oman, em que o almirante procurou tomar diversas praças a ferro e fogo.
Todavia, a fixação definitiva em diversos pontos da costa omanita ter-se-á efetuado após a conquista de Ormuz, em 1515. Bidyah (Libedia), Khar Fakkân (Corfação) e Ras al-Khaimah (Julfar), localizados em território hoje pertencente aos Emiratos Árabes Unidos, eram pontos da costa sul do Golfo Pérsico que pertenciam ao reino de Ormuz e passaram então a ser tributários da Coroa Portuguesa. As eles fluíam, entre outras mercadorias, os tão cobiçados cavalos árabes.
A povoação e a fortaleza de Libedia situavam-se na costa norte omanita. De pequenas dimensões e população rareada, Libedia alimentava um trato importante, nomeadamente na época estival, para armazenamento de mercadorias. As fontes históricas são lacónicas quanto ao processo construtivo da fortaleza. Ignora-se o seu processo construtivo, quem dirigiu as obras, as suas funções bem como a época em que foi construída.
Em 1999, trabalhos arqueológicos deram a conhecer uma pequena parte das estruturas soterradas da antiga fortaleza.
Também pertencente ao sistema de defensivo de Ormuz, Khasab (Caçapo), praça situada na ponta oposta à ilha de Gerum, em território hoje pertencente ao emirato de Omã, era uma peça fundamental para o controlo do estreito. O seu abandono, em 1656, assinala o fim da presença portuguesa no Golfo Pérsico.


Fortaleza de Khasab (estreito de Musandam)

A presença na costa de Oman mereceu um novo impulso após a queda de Ormuz, em 1622, sob o comando de Rui Freire de Andrade. Ras al-Khaimah (Julfar), nos nossos dias pertencente aos Emiratos Árabes Unidos, Qurayat (Curiate), Sohar (Soar) e Mascat (Mascate), hoje em território do Sultanato de Oman, foram algumas das praças retomadas e ou refortificadas pelo capitão-mor do estreito de Ormuz. Gradualmente, à medida que avançava para sul e se apercebia que o plano de retomar Ormuz se tornava cada vez mais impraticável, Freire de Andrade foi criando um novo sistema defensivo, ao qual foi adicionando diversas posições na costa de Oman: Diba al Hisn (Doba), Dubo, Kalba (Quelba), Mocombi (Mocombira), em território dos Emiratos Árabes Unidos; Limah (Lima), Madhah (Madá), Birka (Borca), As Sib (Sibo), Mutrah (Matara) e Qalhat (Calaiate), locais pertencentes ao sultanato de Oman.
Nesta última fase da presença portuguesa, registam-se também algumas investidas no interior de Omã, em Jabrin, Nizwa e Al Hazm.


Vista geral de Mascate

A cidade de Mascat (Mascate) constituía o centro deste novo sistema defensivo. Quando foi conquista por Afonso de Albuquerque, em 1507, Mascat era já o principal entreposto comercial de toda a costa de Omã. A sua grandeza populacional (cerca de 7 000 habitantes no início do século XVII) e a sua riqueza de recursos (água, frutos e produtos hortícolas), contrastavam ao extremo com a aridez de Ormuz e permitiam-lhe servir, ao mesmo tempo, de ponto de guarnição das praças circundantes. Por todas estas características, Mascat foi muito cobiçada pelas forças concorrentes dos portugueses, na tentativa de bloquear aos portugueses o acesso marítimo ao Golfo Pérsico: em 1517 foi atacada pelo almirante otomano Suleiman Pasha, em 1550 por Piri Reis e em 1580 por Ali Bey.    
Por esse motivo, a baía de Mascat foi densamente fortificada. Na sua ponta de leste encontra-se o forte Mirani (nome derivado da palavra “mir”, ou “almirante”) e na oeste, a cerca de 200 m, o forte Jalali (derivado do seu nome primitivo: forte de S. João). Ambos os fortes datam de 1588, altura em que o vice-rei D. Duarte de Meneses tomou a iniciativa de reforçar o equipamento defensivo de Mascat.

  
                              Forte de Mirani                      


Forte de Jalali  

O forte Jalali tem a aparência de um castelo. Fica situado num alto e é composto por várias torres, duas circulares e as restantes quadrangulares. Na muralha virada para a baía, abrem-se oito pares de janelões. No interior do forte de Jalali encontra-se um museu histórico onde se conserva o acervo remanescente da presença portuguesa em Oman.
Na praça circundada pelas muralhas do forte Mirani, é hoje possível visitar a cisterna e a capela que integravam o complexo fortificado. A capela, de planta circular, encimada por uma cúpula ao estilo local, apresenta ainda um interessante portal de duplo arco de volta perfeita assente em colunas com motivos cordiformes. 
Gravuras do séculos XVII mostram que, em redor do complexo citadino, existiriam diversas estruturas fortificadas: o Baluarte de Santo António, que se erguia do lado oeste, à entrada da baía; e o Baluarte da Horta do Cabaço e a Torre Cabrita, que pertenciam ao sistema de muralhas que protegiam a cidade do lado do sertão.
Para conhecer melhor a história de Mascat, desde o Neolítico até aos nossos dias, poderá ainda visitar o Museu das Portas de Mascat, na Rua Al Bahri, na entrada oeste da zona velha da cidade.

Modo de funcionamento

Fortalezas de Khasab (estreito de Musandam) e Curiate com entrada livre
Fortalezas de Mascate (visitas mediante autorização expressa do Sultão de Omã)

 

Morada
Oman mapa: https://goo.gl/maps/spiOX
Khashab, Sohar, Curiate, Mascate
Fonte de informação
Centro Nacional de Cultura
Bibliografia
in série de guias "Portugal e o Mundo: o Futuro do Passado - 8 - Portugueses no Golfo Pérsico"
Vários autores: José Eduardo Franco, Maria Manuel Baptista, Ísis Halim, Ricardo Ventura, Luís Brites Pereira, Guilherme d’Oliveira Martins
CNC/Leya/D.Quixote - 2012
Data de atualização
28/02/2015
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