"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Museu Cargaleiro

Distrito: Castelo Branco
Concelho: Castelo Branco

Tipo de Património
Proprietário/Instituições responsáveis
Câmara Municipal de Castelo Branco
Descrição

MUSEU CARGALEIRO
UMA DAS MAIS VALIOSAS COLEÇÕES DE ARTE DO PAÍS

Cargaleiro é mais do que um criador de arte, é um colecionador inato.
Ao longo da sua vida reuniu peças de alguns dos artistas mais consagrados, na qual se podem encontrar peças de Pablo Picasso e Vieira da Silva.

Pintura, cerâmica regional e faiança portuguesa e estrangeiras, têxteis incluindo uma coleção de tecidos “coptas” (fragmentos) e uma coleção de cerâmicas modernas de artistas portugueses e estrangeiros.

Assim se constitui o Museu Cargaleiro, instalado num edifício de meados do século XVIII, o Solar dos Cavaleiros, um dos mais admiráveis museus do país.

Neste equipamento cultural municipal, tutelado pela Câmara de Castelo Branco, estão expostas peças que constituem o acervo da coleção de arte da Fundação Manuel Cargaleiro, um dos mais reconhecidos artistas portugueses. O museu possui também obras de outros prestigiados autores nacionais e estrangeiros.


Manuel Cargaleiro, pintor e ceramista português, nasceu no Chão das Servas, pequena aldeia do concelho vizinho de Vila Velha de Ródão e cresceu em Almada e Seixal. Aos 18 anos iniciou-se na cerâmica através da modelação de barro, prática artística que desde muito cedo o conquistou e que o leva a frequentar oficinas de oleiros no Monte da Caparica.

Em 1957, Cargaleiro muda-se para Paris. A sua obra é acolhida em permanência na Galeria Albert Loeb. O mestre passa a dividir residência entre França e Portugal enquanto a sua obra ganha novos horizontes internacionais.

Fruto do reconhecimento mundial, Itália presta-lhe homenagem desde 2004 com a abertura do Museo Artístico Manuel Cargaleiro. Para além de Paris e Lisboa, Cargaleiro mantém um atelier em Vietri sul Mare, em Salermo, Itália, desde 1999.

A projeção da obra de Cargaleiro estende-se ao mobiliário urbano. Para além dos painéis cerâmicos para o Jardim Municipal de Almada ou fachada do Instituto Franco-Português de Lisboa, entre outras, o seu nome está presente na estação do Metro de Champs Elysées-Clémenceau, de Paris. O azulejo tem na produção de Cargaleiro uma presença significativa e de extrema importância no museu erguido em Castelo Branco, a condizer com o volume e qualidade das obras por ele executadas nesta superfície de pintura.

Cargaleiro é mais do que um criador de arte, é um colecionador inato. Ao longo da sua vida reuniu peças de alguns dos artistas mais consagrados, como Pablo Picasso e Vieira da Silva. A sua coleção é considerada uma das mais valiosas do país.

Constituído por dois edifícios contíguos – o Solar dos Cavaleiros, um palacete construído no século XVIII, e um edifício contemporâneo – o Museu Cargaleiro situa-se no centro histórico da cidade de Castelo Branco, junto à Praça Camões, também denominada Praça Velha.

O Museu resulta de uma cooperação entre a Fundação Cargaleiro e a Câmara de Castelo Branco e ali estarão expostas e guardadas milhares de obras de toda a vida de mestre Cargaleiro e de quadros de outros artistas que lhe foram sendo oferecidos. “Este é um formidável património que visa enriquecer Castelo Branco e toda a região, vai poder vir a ser um polo cultural interessante”, considerou, apontando a colaboração entre a Fundação e a autarquia como “um gesto exemplar” ao qual “o Presidente da República fez questão de prestar homenagem” na inauguração do museu, no Dia de Portugal.

O percurso de visita começa na área dedicada à faiança ratinha, que pela sua especificidade decorativa, ocupa uma posição particular no âmbito da cerâmica nacional.

Cativante e genuinamente portuguesa, espelha, não só, as difíceis condições sociais das populações rurais do século XIX – o quotidiano duro, agreste e as angústias de uma população migrante da região das Beiras para os campos alentejanos – mas também o ultrapassar dessas agruras pela cor, pela alegria e pela sinceridade das representações que revestiam peças de uso corrente que os ratinhos levavam consigo nas suas deslocações sazonais. Essas peças serviam-lhes, muitas vezes, como moeda de troca por outros bens.

As várias peças expostas transmitem a simplicidade das gentes dos campos com a dimensão artística da cerâmica popular.

As cores da paisagem da Beira Baixa, região natal, o azul, o amarelo, o verde, estão presentes na sua obra, não só enquanto ceramista mas também na pintura a óleo, as duas práticas que melhor identificam o artista Cargaleiro.

A sua pintura é sempre luminosa em busca constante da alegria.

A alegria de uma vida que se misturou na produção artística está também presente nas mantas de retalho feitas a partir das técnicas de patschwork que sua mãe, Ermelinda Cargaleiro, adotou para fazer presentes a amigos da família e empregados. Uma destas peças, uma colcha patschwork em lã de 1957, está exposta neste museu.

O Museu oferece também um conjunto de atividades através do seu centro educativo e dispõe de uma biblioteca de arte como centro documental de edições sobre o mundo das artes.

Modo de funcionamento

De terça-feira a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h.
Encerra à segunda-feira e dias 1 de janeiro; domingo de Páscoa; 25 de abril; 28 de abril (feriado municipal); 1 de maio e 25 de dezembro.

Serviços:
- Serviço Educativo
- Biblioteca de Arte/Centro Documental
- Loja

Morada
Rua dos Cavaleiros 23
6000-189
Castelo Branco
Telefone
272 337 394
Fonte de informação
Jornal do Fundão
Bibliografia
in "Museus, espaços de memória"
revista integrante da edição do Jornal do Fundão do dia 6 de dezembro de 2012
Data de atualização
21/01/2014
Agenda
Ver mais eventos
Visitas
100,390,633