Museus, Bibliotecas e Arquivos
Museu dos Descobrimentos "À Descoberta do Novo Mundo"
A AVENTURA DE CABRAL
SÃO 16 SALAS que mostram a epopeia do navegador
Da partida de Belmonte até à colonização do Brasil, passando por toda a preparação da viagem, a vida em alto mar e o primeiro avistamento das terras de Vera Cruz. Tudo isto no primeiro museu que Portugal dedicou à época áurea dos Descobrimentos
Belmonte foi a primeira localidade do país a preencher uma lacuna imperdoável no panorama museológico português. Como é que um país que deu novos mundos ao mundo não tinha um espaço inteiramente dedicado à época áurea dos Descobrimentos? Ora, o Centro Interpretativo “À Descoberta do Novo Mundo” (DNM), inaugurado em abril de 2009, tem cumprido esse papel à risca, dando particular enfoque, como se compreende, à viagem do belmontense Pedro Álvares Cabral ao Brasil.
Dividido em dois pisos do antigo Solar dos Cabrais, o museu tem 16 salas que mostram, de forma interativa e com recurso a tecnologias multimédia, a epopeia dos Descobrimentos. Para se ver tudo, uma visita poderá demorar perto de três horas, tempo que no final se considerará bem empregue. A partida é dada em Belmonte.
Na primeira sala encontra-se a pretensa pia batismal onde Cabral terá recebido o primeiro sacramento. Depois, tal como o próprio, parte-se para Lisboa, cidade que à época já era bem cosmopolita. Daí à temática dos descobrimentos é só percorrer as datas que nos guiam até à partida da armada. Seguimos numa dessas embarcações. Pelo caminho ficamos a saber como se faziam as próprias navegações, aquilo que se comia a bordo, como se vivia e até como era vista e vivida a presença das mulheres na própria nau. São conteúdos interativos e interpretativos que, de forma apelativa e sintética, oferecem uma verdadeira aula de história durante a qual também se passa um dia em mar alto. Posteriormente, já no Brasil, fica-se a conhecer a biodiversidade com que Cabral se deparou. Como decorreram os primeiros contactos com os ameríndios também é tema que integra os conteúdos. Segue-se a construção do Brasil enquanto cultura e enquanto país. Da escravatura, passando pela língua, até aos dias de hoje – com capoeira e Carnaval, música e comércio –, muitos aspetos são abordados. Fecha-se com chave de ouro na concretização da identidade e da união dos dois povos.
Os conteúdos do museu foram recolhidos e investigados durante cinco anos, com visitas a 123 instituições de todo o mundo (arquivos, museus e bibliotecas). Teve também o contributo da RTP em algumas das imagens.
O museu DNM significou um investimento de 2,5 milhões de euros, mas em quase quatro anos já registou perto de 100 mil entradas pagas.
O espaço tem sido um êxito. Logo na inauguração, o ex-presidente brasileiro Lula da Silva enviou para a cerimónia uma mensagem em vídeo. Pouco tempo depois, foi o Presidente da República portuguesa a visitar o local. Cavaco Silva ficou impressionado. E o reconhecimento da qualidade do museu também veio em forma de prémios. O DNM venceu, por exemplo, em 2010, o Prémio Inovação e Criatividade, da Associação Portuguesa de Museologia.
NAU - Uma das salas, em madeira, simula o interior de uma nau da época dos Descobrimentos
in "Museus, espaços de memória"
revista integrante da edição do Jornal do Fundão do dia 6 de dezembro de 2012
Encerra: segundas-feiras, domingo de Páscoa, 1 de maio, 25 de dezembro e 1 de janeiro
Horário de Inverno: 09h00 - 12h30 | 14h00 - 17h30
Horário de Verão: 09h30 - 12h30 | 14h00 - 18h00