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Património Material

Paço da Ega

Distrito: Coimbra
Concelho: Condeixa-A-Nova

Tipo de Património
Património Material
Descrição

O Paço da Ega é um edifício medieval erguido sobre as ruínas do antigo Castelo da Ega, construído na primeira metade do séc. XII. O castelo foi edificado pelos Templários, sobre uma anterior fortaleza mourisca, conquistada por D. Afonso Henriques.

Passando para a Ordem de Cristo no séc. XIV, sofreu obras na sequência da visitação de 1508, subsistindo hoje ainda diversas portas e janelas manuelinas, bem como algumas pedras romanas (que poderão ter tido origem num forte romano existente no local).

Abandonado desde meados do séc. XX, o Paço da Ega foi recentemente recuperado sob orientação do Arquiteto Miguel Brito Correia.

O Paço da Ega ergue-se no alto de uma colina desfrutando de vista panorâmica em todo o seu redor. Está rodeado por uma propriedade com cerca de 20 000 m2, possuindo uma mata secular de carvalhos, sobreiros, azinheiras, pinheiros e oliveiras, entre outras espécies.

É um edifício classificado como Imóvel de Interesse Público.


História

No séc. XIV, face aos crescentes conflitos senhoriais e acusações de usurpação de direitos pelos Templários, antevendo a próxima extinção, o rei D. Dinis determinou a recuperação para a sua posse, por sentença de 27 de novembro de 1309, do senhorio das vilas de Soure, Pombal, Ega e Redinha. D. Dinis conseguiu, em 1319, que todos os bens da Ordem do Templo, dissolvida pelo Papa no Concílio de Viena de 1312, passassem a pertencer à nova Ordem de Cristo fundada pelo rei, tendo-lhe doado, entre outros, as vilas, castelos e lugares de Soure, Pombal, Ega e Redinha . Nesses bens foi integrada como comenda velha a comenda da Ega, uma das mais importantes (a mais importante, segundo alguns historiadores) das comendas da Ordem, tendo custeado a maior parte da despesa da armada de Vasco da Gama, na descoberta do caminho marítimo para a Índia.

Em fevereiro de 1508, os visitadores da Ordem de Cristo, encontrando o edifício muito degradado, ordenaram ao comendador D. Fernando de Sousa que nele realizasse, no prazo de dois anos, grandes trabalhos de recuperação. A sala do lado poente seria a mais importante do Paço, tendo aí sido mandado construir um fogão de sala, que ainda hoje se mantém de pé. As salas foram mandadas soalhar de novo e colocar tectos de madeira. Todo o edifício sofreu benfeitorias nas paredes e pisos, tendo também sido mandadas colocar novas portadas de madeira nas portas e janelas.

Foi assim realizada uma ampla recuperação da autoria do arquitecto e mestre empreiteiro das obras régias de Coimbra, Marcos Pires, que terá constituído a mais significativa intervenção estruturante da história do Paço, de que subsistem ainda actualmente diversas pormenores tipicamente manuelinos.

Em 25 de fevereiro de 1514, o antigo foral foi reformado, tendo D. Manuel outorgado foral novo.

Por morte do infante D. Francisco, em 1750, a comenda da Ega foi concedida pelo rei D. José I a seu irmão D. Pedro. Por morte de D. Pedro, os bens desta comenda foram incorporados na Casa do Infantado.

O edifício ficou então ao abandono como confirmam as Memorias Parochiaes de 1758, referindo o pároco que “ não he terra murada, nem praça d’armas e só no simo da vila se conservam huas paredes antigas, que ha tradiçam foram de habitaçam do Comendador... e tem o nome de Paço ”.

Em 1793, o Paço e a sua quinta (com cerca de 1420000 m2 ) foram comprados pelo desembargador Dr. João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho (irmão do bispo-conde D. Francisco de Lemos Coutinho). Com a morte dos irmãos, o Paço passou por herança para a família Lemos, de Condeixa, vindo a ser vendido, em 1895, ao conde Correia Bettencourt. Com a perspetiva da revolução republicana, o Paço foi vendido e a quinta dividida.

No início do século XX foi assim o Paço adquirido pelo Prof. Falcão. Aí foram instaladas duas salas de aulas para o ensino primário, que funcionaram até aos finais da década de 30, pois o Prof. Falcão foi aí assassinado na noite de Santo António de 1933. Em 1951 foi construído, junto ao edifício, o depósito para distribuição domiciliária de água à povoação.

Depois de 1974, foram instalados no Paço a Casa do Povo, os Serviços Médico-Sociais, a Farmácia e uma Associação Cultural e Recreativa. Para o efeito foram realizadas obras de adaptação sem critério. 

Fonte de informação
Centro Nacional de Cultura
Data de atualização
13/05/2019
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