Uma das características mais marcantes dos canastros de Arouca é a sua variedade tipológica. Percorrendo o concelho podemos verificar que se o emprego dos materiais é desde logo um factor distintivo, a diversidade morfológica e funcional é ainda mais assinalável.

Numa análise sucinta, os exemplares do tipo pedra-madeira são os mais abundantes, variando contudo o número de elementos em pedra que constituem o seu esqueleto.

Canastro com elementos decorativos podem ser vistos em Moldes, no Burgo, em Janarde e na maioria das freguesias, mais um admirável modelo em Chave merece ser salientado no conjunto do património rural da região.

Neste todos os elementos de pedra são lavrados e alguns apresentam motivos simbolizantes: num dos topos do murete, enquadrada por motivos vegetais, é relevada a imagem de um ”mártir” (no topo oposto foi destruída uma figura representando um “diabo” com uma balança para” pesar as almas”); na face superior das lajes de pedra da cobertura é notável o recorte ondulado, remetendo para a forma da telha portuguesa, enquanto na superfície inferior das lajes que sobressaem dos topos se destacam elementos do corpo humano (coração, rosto e mãos).

De entre as características que implicam uma forma e uma particular função a ela associada, destaca-se o modelo “arraste”, definido por uma estrutura de paredes inclinadas a qual se destina tanto a evitar a entrada de humidade, grande afastamento da base do ripado em relação às goteiras do beiral, como a impedir a acumulação e a deficiente secagem das espigas do milho que se pretende secar.

No tipo madeira, este material é usado em todo o corpo, sendo muitas vezes essa estrutura reforçada pelo exterior com escoras encaixadas nas mesas com cruzetas aplicadas sobre o ripado vertical. Em Alvarenga encontra-se em ligação a outros anexos agrícolas um agrupamento de 8 exemplares, todos de madeira, com escoras e cruzetas, pertencentes a vários proprietários.

Espinho - Arouca

 Canastro de Madeira em Janarde