Moinhos de Água (Paradela)
O elevado número de moinhos existentes nesta freguesia de Paradela denota bem a importância que a moagem teve durante largos anos junto da comunidade agrícola do concelho. Importa pois realçar um conjunto de 14 unidades disseminadas ao longo do Ribeiro de Carrazedo, das quais iremos abordar as mais significativas.
Os primeiros três engenhos surgem junto da Ponte Nova do Pisão. Actualmente estão todos abandonados e bastante descaracterizados pelo passar do tempo e da acção humana.
Descendo o ribeiro deparamo-nos com um dos mais pitorescos conjuntos, os do Pisão. Situados numa pequena encosta, com um excelente enquadramento natural, os três moinhos construídos em socalcos, serviam-se de um pequeno curso de água para alimentarem as suas mós. Hoje apenas um funciona, mas todos eles encerram em si misteriosas histórias e lendas, que se contavam baixinho, enquanto se aguardava pacientemente pelo girar da mó.
Mais abaixo, na margem esquerda, encontramos o do Canhoto, junto de uma esbelta ponte de degraus que lhe dá acesso. Com um telhado de duas águas, possuí um magnífico cubo de granito, com a particularidade de ter sido furado para a colocação de pequenos pauzinho que servem de grelha, impedindo as impurezas e lixo de entrarem.
Descendo o ribeiro e chegado ao açude de Santa Luzia avistamos o engenho com o mesmo nome. Em bom estado de conservação ainda funciona, alimentado por uma levada que se inicia na margem direita da represa. Acompanhando as águas da ribeira deparamo-nos com uma pequena ponte de pau, que nos leva até ao moinho do Fundo do Vale, arquitectado pelo homem numa paisagem divina.