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Centro Histórico de Aveiro

Distrito: Aveiro
Concelho: Aveiro

Centro Hist?rico de Aveiro
Localização
Aveiro está localizada a 244 km de Lisboa e a 67 km do Porto.
Tipo de Património
Descrição

Aveiro é sede de distrito, de diocese (desde 12 de Abril de 1774, tendo sido suprimida a 30 de Setembro de 1881 e restaurada a 24 de Agosto de 1938), de concelho (desde meados do séc. XIII) e de comarca.

Foi elevada à categoria oficial de cidade por alvará de 11 de Abril de 1759, pelo rei D.José, devido à sua boa situação geográfica, a diversas razões políticas, aos acontecimentos da época e às características da sua população. Encontra-se situada numa planície, apenas a 12 m de altitude, junto à foz do rio Vouga, transformando-se o seu delta em pequenos lagos e canais extensos, os quais atravessam a cidade, sendo um porto simultaneamente fluvial e marítimo.
Comunica com a ria através de três canais: o das Pirâmides, de São Roque e dos Santos Mártires ou do Matadouro; devido às suas características,  Aveiro é conhecida como a "Veneza Portuguesa". O seu clima tem características oceânicas, sendo ameno e regular, com temperaturas sem grandes oscilações durante o ano.

 A região do litoral foi, desde tempos recuados, habitada por populações de pescadores, devido à sua situação geográfica e um desses núcleos poderá ter originado Aveiro, uma típica povoação de beira-mar (o Atlântico banhava-a directamente).

Desde o séc.XI que acidentes geográficos levaram ao assoreamento da zona, a qual começou a progredir rapidamente; essa situação terá contribuído para o desenvolvimento do povoado (que se julga ser anterior à dominação romana), da pesca, da indústria salineira e da navegação costeira. Os mais antigos documentos em que aparece referenciada Aveiro designam-na como a povoação de "Alavario"; esse era o nome mencionado no testamento da condessa Mumadona Dias, uma abastada proprietária que legou, em 959, as terras e salinas dessa região ao Convento de Guimarães (convento por ela instituído).

Vem de longe a integração de Aveiro no sistema admnistrativo nacional de donatários, costumes municipais e, talvez mesmo com o seu foral. D.Sancho I doou-a a sua irmã, D.Urraca Afonso, em 1177, tendo mudado frequentemente de senhores, o que demonstra já a importância deste pequeno aglomerado, dedicado à extracção de sal, à pesca e ao transporte marítimo.

Após a conquista de Lisboa aos mouros, a antiga povoação desenvolveu-se economicamente e, a partir dos séculos XIV a XVI, a ria estendeu-se pelas dunas, abrindo novas vias e alterando rotas, trazendo um novo surto de riqueza às populações. O seu porto marítimo era considerado muito importante.  Aveiro foi muralhada pelo infante D. Pedro, filho de D. João I e donatário de Aveiro, o qual promoveu, também, a criação da feira anual em Março, que ainda hoje se realiza. O rei D. João II, em 1485, fêz doação do senhorio de Aveiro a sua irmã, a infanta D.Joana, a qual vivia no Convento de Jesus desde 1472, local onde veio a falecer a 12 de Maio de 1490. A presença da princesa em Aveiro chamou a atenção para a vila e favoreceu o seu desenvolvimento. Em 1495, D.João II incluiu Aveiro no património do seu filho bastardo D.Jorge; esta situação foi confirmada por D.Manuel I, quase totalmente por doação de 27 de Maio de 1500, sendo constituídos, desta forma, os domínios do ducado de Aveiro, instituído por D.João III em favor de D.João de Lencastre, filho de D. Jorge. A 13 de Maio de 1581, Filipe I de Portugal distinguiu-a com a categoria de vila notável.

No séc.XVI, Aveiro já era uma povoação bastante desenvolvida e com uma população de cerca de 12.000 pessoas. Em 1685, a barra ficou obstruída, o que veio dificultar a navegação marítima e a pesca, tendo o alagadiço ocupado terras, outrora muito férteis, situação que marcou o início duma decadência progressiva, com a consequente diminuição da população (no séc. XVIII apenas tinha cerca de 3.500 habitantes).

O terramoto de 1755 atingiu bastante Aveiro, arrasando o seu porto, reconstruído cinquenta anos depois. Aveiro, ao fim de diversas experiências, viu aberta a sua nova barra, a 3 de Abril de 1808, tendo-se aproveitado muita pedra das muralhas medievais. Após aquele cataclismo, seguiu-se um período de grandes construções;  Aveiro foi um importante núcleo de arte barroca e teve uma famosa escola de escultura.  Em 1864, a linha férrea de Lisboa ao Porto atingiu Aveiro, originando um novo pólo habitacional. No séc. XX, o assoreamento da ria e a dificuldade na comunicação com o mar levaram a efectuar-se demoradas obras, construindo-se novos diques reguladores com 1750 m de comprimento e o canal de acesso ao mar com 300 m de largura.

Aveiro continua a ser considerado um importante porto de pesca e ao nível económico, caracteriza-se como um verdadeiro terminal ibérico: aí termina o IP5, via rápida que atravessa o país a toda a largura até Vilar Formoso, integrando-se na estrada europeia E80, encontrando-se Aveiro no eixo das principais infraestruturas rodoviárias (Auto-Estrada do Norte) e ferroviárias nacionais (Lisboa-Porto).

Esta cidade tem um moderno porto de mercadorias, integrado nas rotas internacionais, o qual se extende até à província espanhola de Salamanca, assim como tem um aeródromo militar com pista asfaltada. Possui, igualmente, infraestruturas de apoio ao transporte rodoviário internacional e encontra-se a uma hora, por estrada, do aeroporto internacional do Porto.

A região de Aveiro é, igualmente, detentora de importantes tradições industriais e de uma diversificada estrutura empresarial; existem zonas preparadas para a acomodação imediata de unidades fabris, um importante pólo de atracção para investidores nacionais e estrangeiros. Os sectores mais dinâmicos da indústria são os da metalurgia, metalomecânica, transportes, cerâmica, papel, artes gráficas, agro-alimentar e madeira. Destaca-se o papel da sua Universidade, especialmente vocacionada para a ligação com o meio empresarial e onde se encontra com facilidade mão-de-obra altamente especializada em diversos sectores: electrónica, telecomunicações, cerâmica, gestão industrial, física nuclear, química, turismo, ambiente, contabilidade e gestão aduaneira.

Encontram-se, igualmente, situados em Aveiro, institutos e centros de investigação relacionados com a actividade económica, nas áreas da electrónica, telecomunicações e pescas, assim como representações das mais importantes agências governamentais, especialmente ligadas ao comércio externo, apoiando as pequenas e médias empresas industriais, a agricultura e as pescas. Ultimamente tem-se expandido bastante o sector terciário, principalmente nos serviços de apoio à actividade económica, o que tem contribuído muito para a captação de investimentos e para a atracção e retenção de profissionais qualificados.

Embora Aveiro seja um centro produtor duma grande diversidade de produtos artesanais (latoaria, madeira, trapos, ferro forjado, cestaria, rendas e bordados), a cerâmica continua a ser considerada a arte tradicional mais representativa e de maior qualidade.

A gastronomia desta região é muito diversificada e rica, salientando-se os pratos tradicionais dos pescadores - enguias de caldeirada e de escabeche, espetadas e caldeiradas - e os pratos de carne de carneiro e de leitão. A doçaria encontra-se estreitamente ligada a antigas receitas conventuais da região, destacando-se as raivas e os ovos moles.

A região de Aveiro é bastante rica em festividades, de acentuado carácter religioso mas com diversas influências pagãs, muitas vezes com alegres cortejos populares e com pagamento de promessas, assim como festas ligadas à Ria, com concursos e corridas de embarcações típicas. No dia 5 de Janeiro de 1965, o Papa Paulo VI proclamou Santa Joana Princesa padroeira da cidade e da diocese, realizando-se a sua festa a 12 de Maio. Em Aveiro realizam-se diversas feiras e exposições anuais directamente relacionadas com o sector comercial, industrial e agrícola da região.

Aveiro foi classificada como estância de turismo a 19 de Outubro de 1929, encontrando-se integrada na Área Promocional da Costa de Prata e na Região de Turismo da Rota da Luz. Esta Região de Turismo organiza diversos passeios na Ria, numa embarcação própria para cruzeiros ou em embarcações típicas. Outra atracção turística deste concelho são as Salinas e os Palheiros, estes situados na praia da Costa Nova, hoje casas de veraneio, mas no passado simples habitações de pescadores, originais construções com listagens coloridas.

Núcleos mais importantes
Em Aveiro, destacam-se as suas marinhas de sal, de tradição secular, as quais têm vindo a desaparecer à medida que o porto se vai desenvolvendo e que vai aumentando a actividade dos estaleiros navais de S.Jacinto. As indústrias tradicionais desta região encontram-se ligadas à pesca e ao barro, existindo grandes unidades fabris de azulejos, louças, telhas e tijolos, assim como áreas reservadas à seca do bacalhau. As embarcações típicas do Concelho são o Moliceiro, considerado o "ex-libris" da Ria de Aveiro, o Salineiro, o "grande senhor da Ria" e as diversas Bateiras (de mar e ria). O Património Natural desta região é extremamente rico e engloba a própria Ria de Aveiro, a Praia de S.Jacinto e a Reserva Natural das Dunas de S.Jacinto.
Fonte de informação
CNC / Patrimatic
Data de atualização
15/04/2008
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