Santo António nasceu em Lisboa em 1190. Viveu a infância e a primeira juventude na abastada casa de seus pais, junto da Sé. Abraçou a vida religiosa com os cónegos regrantes de São Vicente de Fora, passou em seguida para o mosteiro de Santa Cruz em Coimbra onde estudou intensivamente. Depois do martírio dos monges franciscanos em Marrocos, António pediu a integração na Ordem Franciscana e mudou-se para o eremitério que é conhecido actualmente pelo nome de Santo António dos Olivais, em Coimbra. Em 1220, partiu para Marrocos onde pregou. Seguiu então para Itália, onde conheceu São Francisco de Assis depois da morte do qual, em 1226, assumiu várias responsabilidades na Ordem Franciscana. Morreu em Pádua a 13 de Junho de 1231. Grande orador, autor de sermões célebres, foram-lhe rapidamente atribuídos múltiplos milagres que a tradição enaltece e aumenta. Foi canonizado em 1232 pelo papa Gregório IX. Pio XII proclamou-o Doutor da Igreja. É o Santo mais popular de Portugal e o dia 13 de Junho é ainda feriado na capital e ocasião de grandes festejos populares.

OS MILAGRES DE SANTO ANTÓNIO

Santo António pregando aos peixes

Em Rimini, em Itália, cidade herética, Santo António, estava impedido de falar aos homens; então dirigiu-se ao Adriático e diante do mar começou a pregar: "Venham, peixes, ouvir a palavra de Deus, já que os homens petulantes não se dignam de ouvi-la", e logo compareceram à tona da água milhares de peixes. Para os hereges, a curiosidade foi mais forte do que a ordem recebida de não falar ao Santo, e a emoção levou-os ao arrependimento e à Igreja.

O Menino Jesus aparece a Santo António



O Santo vivia em Camposanpiero, na propriedade do conde de Tiso; sentindo a sua última hora chegar, mandou fabricar uma cela pequenina no alto duma majestosa nogueira, voltando à noite para o seu quarto. O conde dirigiu-se um fim de tarde para visitar o amigo e viu um intenso esplendor. Era Santo António que recebia a visita do Menino Jesus.

Santo António restituindo a vida ao filho de um pecador



Para a construção da igreja de Santo António dos Olivais, em Coimbra, os frades acarretavam às costas sacos com pedras e pediram, um dia, a um homem que passava numa carroça que os ajudasse. Este recusou e mentiu ao dizer que levava um defunto. Ao chegar a casa encontrou o filho morto. Arrependido, foi pedir a Santo António que lhe perdoasse e restituísse a vida ao filho.

Santo António une o pé cortado de um jovem



Milhares de pessoas acorriam de toda a parte para ouvirem os sermões do Santo e se lhe confessarem. Um dia, em Pádua, um jovem, Leonardo, confessou que tinha dado um pontapé na mãe ao que o Santo respondeu que o pé que fere os pais merece ser cortado. Leonardo, voltando para casa, pega num machado e corta o pé. O Santo acode e, suplicando a Deus, une novamente o membro mutilado.

Santo António livra uma servente da ira do patrão



Santo António, encontrava-se a comer numa estalagem em França. A empregada serviu-lhe um mau vinho, mas como era devota, disse que o patrão tinha outro muito melhor, mas que a impedia de o servir aos clientes. Mesmo assim, foi buscá-lo para o oferecer ao Santo; ao ouvir o patrão chegar, não somente deixou cair o copo, que se partiu, como deixou derramar o vinho da pipa. Santo António fez então o milagre de secar o vinho derramado e de reconstruir o copo.

Santo António salvando o pai da forca

O pai do Santo fora injustamente acusado de um crime e estava prestes a ser enforcado. O Santo, que estava em Pádua, pelo dom da ubiquidade, deslocou-se em espírito à sepultura do morto que se ergueu para dizer quem tinha sido o criminoso e salvar o pai do Santo.

O milagre do jumento



Durante um sermão do Santo sobre a Eucaristia, um herege pôs em causa a presença sagrada na hóstia e disse que só acreditaria se o jumento dele se ajoelhasse diante do ostensório. Ao cabo de três dias de jejum, o jumento foi levado a Santo António e, ajoelhando-se, preferiu a hóstia à apetitosa ração que o dono lhe oferecia.

Santo António restituindo a vista a um cego



Um dia, o Santo que estava na África do Norte passou junto de uma tribo oriental. Um homem com os olhos tapados por uma venda, rogou ao Santo, em tom de chacota, que lhe desse a vista. Santo António pediu-lhe, então, para retirar a venda e os dois olhos do homem ficaram lá colados. O homem aterrorizado suplicou perdão ao Santo que lhe restituiu a vista.