Personalidades
Natália Correia
Nasceu em 13 de Setembro de 1923, em Fajã de Baixo, na ilha de S. Miguel, Açores. Natália Correia era ainda criança, quando veio para Lisboa. Nesta cidade começa os seus estudos e, muito jovem, inicia a sua carreira literária. A sua obra, vanguardista, conferiu-lhe um lugar de destaque na literatura portuguesa contemporânea. O seu vasto legado, inclui os mais variados géneros de escrita, desde a poesia ao teatro, do ensaio ao romance, passando pela literatura de viagem, pela investigação literária, ou pela recolha e organização de antologias poéticas. Natália Correia foi uma das vozes que se opôs ao regime que vigorava antes do 25 de Abril, tendo por essa razão visto vários dos seus livros serem apreendidos pela Censura, e condenada pelo motivo de abuso de liberdade de imprensa a três anos de prisão com pena suspensa. Já no período democrático, teve a seu cargo a função de directora do Século Hoje e Vida Mundial. Foi consultora para Assuntos Culturais Internos da Secretaria de Estado da Cultura e deputada pelo Partido Social Democrata, tendo depois passado a independente por este partido. É autora das seguintes obras de poesia: Rio de nuvens (1947); Poemas (1955); Dimensão encontrada (1957); Passaporte (1958); Comunicação (1959); Cântico do país emerso (1961); O vinho e a lira (1966); Mátria (1968); As maçãs de Orestes (1970); A mosca iluminada (1972); O anjo do ocidente à entrada do ferro (1973); Poemas a rebate (1975); Epístola aos Iamitas (1976); O dilúvio e a pomba (1979); O armistício (1985). No teatro destaca-se: O progresso de Édipo (1957); O homúnculo (1965); O encoberto (1969); Erros meus, má fortuna, amor ardente (1981); A pécora (1983). No domínio do ensaio, incluem-se: Poesia de arte e realismo poético (1958); Uma estátua para Herodes (1974); Somos todos hispanos (1988). Assinou os romances: Anoiteceu no bairro (1946); A madona (1971); A ilha de Circe (1983). No campo dos estudos antológicos: A questão académica de 1907 (1964); Antologia de poesia portuguesa erótica e satírica (1966); Cantares dos trovadores galego-portugueses (1970); Trovas de D. Dinis (1970); A mulher (1973); O surrealismo na poesia portuguesa (1973); Antologia da poesia portuguesa do período barroco (1982); A ilha de Sam Nunca (1982). É ainda da sua autoria, um livro de viagem, Descobri que era europeia: impressões duma viagem a América (1951) e do diário Não percas a rosa: diário e algo mais (1978). Foi agraciada em 1976 com o prémio literário La Fleur de Laure, instituído pelo Centre International de Poésie Néo-Latine e pelo Comité des Prix Petrarque de Poésie Néo-Latine. Natália Correia veio a falecer em Lisboa, a 16 de Março de 1993