José Maria dos Reis Pereira, conhecido pelo pseudónimo literário de José Régio, nasceu em Vila do Conde em 17 de Setembro de 1901. Morreu na sua terra natal em 1969. Era irmão do pintor e poeta Júlio Maria dos Reis Pereira (Saúl Dias). Depois de ter frequentado o Liceu Rodrigues de Freitas, no Porto, inscreveu-se no curso de Filologia Românica da Faculdade de Letras de Coimbra, tendo em 1925 concluído com a tese de licenciatura: As correntes e as individualidades na moderna poesia portuguesa. José Régio destacou-se como poeta, ensaísta, ficcionista, dramaturgo e crítico. Muito cedo (com apenas quinze anos), começou a fazer poesias que foram incluídas no jornal da sua terra natal, O Democrático. Colaborou noutros jornais e revistas: O Record Charadístico, Alva Nova, A Crisálida, A Nossa Revista, Bizâncio, Tríptico. Data de 1925 o seu primeiro livro de poesia: Poemas de Deus e do Diabo. Em 1927, juntamente com Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões, fundou a revista Presença, que se publicou até 1940 e se tornaria uma referência no panorama cultural português. Em 1929, é colocado como professor no Liceu Mouzinho da Silveira em Portalegre. Nesse mesmo ano publica o livro de poesia Biografia, ilustrado com linóleos do seu irmão. Incluem-se ainda entre os seus livros de poesia: As encruzilhadas de Deus (1936); Fado (1941); Mas Deus é grande (1945); Filho de homem (1961); Cântico suspenso (1968). Como romancista a sua primeira obra surge em 1934, com o título Jogo da cabra cega. Seguem-se: Davam grandes passeios aos Domingos (1941); O princípe com orelhas de burro (1942); Histórias de mulheres (1945). Do ciclo A velha casa, fazem parte cinco romances: Gota de sangue (1945); As raízes do futuro (1947); Os avisos do destino (1953); As monstruosidades vulgares (1960); Vidas são vidas (1966). Como dramaturgo, iniciou-se em 1936, ao escrever uma pequena peça de teatro, Sonho de uma véspera de exame, que seria representada por alunos do liceu, no Teatro Portalegrense. Primeiro volume de teatro, que inclui Jacob e o Anjo, Três máscaras e post-fácio, é publicado em 1940. El-Rei Dom Sebastião: poema em três actos, data de 1949. São ainda de destacar as peças teatrais: A salvação do mundo (1953); Três peças em um acto (1957). Distingue-se também como ensaísta e crítico, tendo assinado Crítica e criticados: carta a um amigo (1936); Estudos: António Botto e o amor (1938); Em torno da expressão artística (1940); Pequena história da literatura portuguesa; Ensaios de interpretação crítica (1964); Três ensaios sobre arte (1967). Em 1977, no volume Páginas de doutrina e crítica da Presença, foram apresentados os textos de Jose Régio que tinham saído na revista Presença.