Personalidades
João de Freitas Branco
João de Freitas Branco nasceu em Lisboa a 10 de Janeiro de 1922. Filho de Luís de Freitas Branco, licenciou-se em Matemática na Faculdade de Ciências de Lisboa em 1944. Fez o curso superior de Piano no Conservatório Nacional. Musicólogo, foi também crítico musical em diversos orgãos da comunicação social, tais como O Século, até 1975, e Diário Popular, de 1976 a 1981. Colaborador permanente da Radiofusão Portuguesa, contribuíu fortemente para o desenvolvimento da cultura musical, em especial com o programa iniciado em 1956, "O gosto pela Música". colaborou também com a RTP, onde foi um dos primeiros produtores de programas dedicados à música. Foi Secretário-Geral adjunto do Automóvel Clube de Portugal, desde 1948 a 1970. De 1970 a 1974, foi director do Teatro Nacional de S. Carlos. Em 1971, abandona a presidência da Juventude Musical Portuguesa, e torna-se docente da Escola para Formação de Professores de Educação Através da Arte, inserida provisoriamente no Conservatório de Lisboa, onde regeu até 1974, a cadeira de Propedêutica da História de Arte. Fez parte do Conselho da Cultura e da Comissão da Reforma do Conservatório. Em Agosto de 1974 é nomeado director-geral dos Assuntos Culturais. Desde Dezembro de 1974 a Setembro de 1975, é secretário de Estado da Cultura, dos III, IV e V Governos Provisórios. Mais tarde, exerceu funções de inspector-geral do Ministério da Educação e Cultura e na Secretaria de Estado da Cultura. Foi também inspector-geral no Instituto Português do Património Cultural. Desde 1981, lecciona as disciplinas de Estética Musical e História da Música (séc. XIX), do departamento de Ciências Musicais, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Pertenceu ao júri do Concurso Internacional de Jovens Intérpretes, o Mídem Classique, aos júris de várias edições do Concurso Internacional Viana da Mota e do Concurso Internacional de Canto, do Rio de Janeiro. Regeu cursos de História da Música na Fundação Calouste Gulbenkian e na Exposição Mundial de 1967, realizada no Canadá. Em 1967-1968, foi presidente da Fédération Internationale des Jeunesses Musicales. Foi laureado com diversas distinções, entre as quais a Comenda da Ordem de Santiago da Espada. Publicou várias obras, sendo de destacar: História da Música Portuguesa, 1959, A Música na Obra de Camões, 1979, e Camões e a Música, 1982, (numa edição comemorativa do IV centenário da morte do poeta). Assinou ainda diversos artigos em revistas, tais como: Separata Arte Musical nº 18, 1963, Separata Colóquio Artes nº 23, 1975, Separata Arte Musical nº 30, 1973 e Separata Estudos Italianos em Portugal, nº 40-42, 1980. Foi director da revista São Carlos, cujo primeiro número foi editado em 1986. Morreu a 17 de Novembro de 1989.