Herberto Helder, pseudónimo de Luís Bernardes de Oliveira, nasceu no Funchal a 23/11/1930. Após os estudos liceais frequentou a Faculdade de Letras de Lisboa. Para além da sua carreira de escritor, nunca conseguiu alcançar estabilidade profissional nas várias áreas por onde se movimentou: angariador de publicidade; meteorologista; propagandista de produtos farmacêuticos; redactor de publicidade; operário; criado de cervejaria; cortador de legumes; embalador; policopista; encarregado de bibliotecas itinerantes; redactor de uma revista angolana; repórter de guerra; e mesmo guia de turistas no meio da prostituição de Antuérpia - o que lhe valeu a extradição para Portugal em 1960. Participou em vários programas de rádio e televisão, tendo colaborado em diversas publicações como: Graal, Cadernos de Poesia, Pirâmide, Êxodo. Organizou em colaboração: Poesia experimental - primeiro caderno antológico, em 1974; e Nova - magazine de poesia e desenho, cujo primeiro número saiu em Outubro de 1976. Organizou também Edoi lelia doura: antologia das vozes comunicantes da poesia moderna portuguesa (1985). Da sua obra poética, em que se iniciou com O amor em visita (1958), inscrevem-se: A colher na boca (1961); Poemacto (1961); Lugar (1962); Electronicolírica (1964); Humus (1967); Retrato em movimento (1967); Ofício cantante (1967); Apresentação do rosto (1968); O bebedor nocturno (1968); Vocação animal (1971) e Antropofagias (1971); Poesia toda (dois volumes, 1973); Cobra (1977); O corpo o luxo a obra (1978); Photomaton & vox (1979); Flash (1980); A cabeça entre as mãos (1982); Última ciência (1988); Do mundo (1994); O ar da manhã (colectânea, 1995). Na sua obra consta uma colectânea de contos Os passos em volta (1963). Dedicou-se ainda à tradução de diversas obras e prefaciou livros de variados autores. Recusou vários prémios entre eles o Prémio de Poesia do PEN Cube Português e o prestigiado Prémio Pessoa.