Nasceu na Covilhã a 2/10/1925. Tendo abandonado o curso de Matemáticas Superiores na Faculdade de Ciências de Lisboa para tentar uma carreira na marinha mercante, José Cardoso Pires tornou-se copy-writer de textos publicitários e tradutor de escritores norte-americanos, antes de ir viver para Londres, em 1969, onde ocupou o cargo de leitor de literatura portuguesa e brasileira no King's College, até 1972. Foi director literário de editoras e, entre 1975 e 1976, foi director-adjunto do Diário de Lisboa, regressando a Londres em 1980, onde se tornou escritor-residente da Universidade. Dedicando-se sobretudo à ficção, escreveu também as peças de teatro O Render dos Heróis (1960) e Corpo-Delito na Sala de Espelhos (1980), e os ensaios Cartilha do Marialva (1960) e E Agora, José? (1978). No domínio da ficção, estreou-se com o livro Os Caminheiros e Outros Contos (1949), Histórias de Amor (1952), O Anjo Ancorado (1958), Jogos de Azar (1963) e O Hóspede de Job, no mesmo ano, com que ganhou o Prémio Camilo Castelo Branco, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Escritores em 1964, O Delfim (1968), Dinossauro Excelentíssimo (1972), O Burro-em-Pé (1979), A Balada da Praia dos Cães (1982), premiado com o Grande Prémio de Romance e Novela 1982 da Associação Portuguesa de Escritores, Alexandra Alpha (1987), que ganhou o Prémio Especial da Crítica de 1988 da Associação de Críticos Brasileiros de São Paulo, A República dos Corvos (1988), A Cavalo no Diabo (1994) e De Profundis, Valsa Lenta (1997). José Cardoso Pires recebeu ainda o Prémio Internacional União Latina de 1981, pelo conjunto da sua obra publicada. Veio a falecer em Lisboa a 26/10/1998.