Personalidades
Humberto da Silva Delgado
Nasceu em Brogueira (Torres Novas), a 15 de Maio de 1906. Morreu assassinado em 13 de Fevereiro de 1965. Iniciou os estudos no Colégio Militar concluindo os mesmos em 1922. Ingressa na Escola Militar onde obtém o curso de Artilharia de Campanha em 1925. Segue-se a Escola Prática de Artelharia, cuja frequência termina em 1928. Entretanto tira o curso de piloto aviador, e nesse mesmo ano, toma parte no movimento do 28 de Maio que levaria à criação do Estado Novo, com o qual, mais tarde, irá entrar em confronto directo. Em 1938 ingressou no Corpo do Estado Maior, na qualidade de Oficial Aviador. Em 1958 o seu desacordo com o regime salazarista é evidente, ao candidatar-se como independente, à presidência da República pela oposição. Nessa altura os resultados eleitorais, segundo a versão oficial, atribui-lhe apenas 25% dos votos expressos, tendo Humberto Delgado contestado os mesmos. A coragem e o modo como pôs em causa o regime então em vigor, fez com que passasse a ser conhecido por "general sem medo". Em 1959, é demitido de Oficial da Força Aérea, pede na altura asilo político na Embaixada do Brasil, exilando-se do país. Defendeu por algum tempo o referendo sobre um plano de tipo federal para as colónias, mas mais tarde, em 1964, defenderia a auto-determinação das populações daqueles territórios.
Em 1961, afirmou-se como o responsável pelo assalto ao paquete Santa Maria levado a cabo por Henrique Galvão. Esteve ligado ao Movimento Nacional de Independência até 1962, e, em 1964, preside na Argélia à Junta Revolucionária Portuguesa, surgida no âmbito da Frente Patriótica de Libertação Nacional. Estabeleceu contactos com a oposição democrática espanhola, chegando mesmo a firmar alguns acordos. Depois de ter estreitado a ligação com a FPLN viria a afastar-se desta organização em finais de 1964, ficando numa posição isolada. Contudo, o General continuava a representar uma ameaça para o regime vigente, que lhe armou uma cilada através da PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), quando o General julgava estar a preparar um golpe armado para acabar com a ditadura de Salazar. É assassinado por aquela polícia política, em Villanueva del Fresno (Espanha) em circunstâncias que levantaram grande celeuma e que ainda hoje não estão completamente clarificadas. Tornou-se num dos símbolos da luta contra o regime, tendo após o 25 de Abril de 1974 o seu nome inscrito na toponímia de várias cidades portuguesas.