Personalidades
João António Rosa
Nasceu em Alcáçovas, a 7 de Fevereiro de 1875, e faleceu em Lisboa, em Abril de 1963; era filho de Francisco José da Rosa e de D. Maria José. Frequentou o curso secundário no Liceu de Évora, em Ciências, assim como o antigo Instituto de Agronomia e Veterinária de Lisboa. Foi funcionário do Governo Civil do Distrito de Évora e subdirector do Colégio dos Lóios, na mesma cidade.
Em 1904, foi nomeado por concurso revisor da Imprensa Nacional de Lisboa, sendo reformado no cargo de chefe de revisão, em 1930. Desde jovem que se dedicou aos estudos etnográficos e bibliográficos, tendo colaborado de forma activa em várias exposições bibliográficas realizadas na Imprensa Nacional e neste estabelecimento. Foi, igualmente, secretário da Comissão Organizadora da 1ª Exposição de Ex-Libris em Portugal, que se realizou em 1927, por iniciativa de Luís Derouet. Além disso, dirigiu a edição do Catálogo e a 2ª Colectânea de Documentos da referida Exposição.
Em 1902, fundou o jornal A Semana de Évora e, mais tarde, O Distrito de Évora, tendo também colaborado em numerosos jornais e revistas, tais como: Diário de Notícias; O Século (2ª edição para as Colónias); A. B. C. (de Lisboa); A Pátria (revista de cultura), do Porto; Notícias de Évora; Democracia do Sul; A Academia; Brados do Alentejo (de Estremoz); O Azeitonense, de Azeitão; e Arte de Ex-Libris, do Porto.
Foi redactor do Diário de Notícias entre 1919 e 1924, em cuja data acompanhou os redactores Acúrcio Pereira, José Paulo da Câmara e outros, os quais se demitiram por altura do conflito, com aquela empresa.
Após um pequeno estágio no jornal O Mundo, com os seus colegas, ingressou no quadro de O Século, onde se conservou entre 1927 e 1934, e depois como seu revisor.
Colaborou em O Corvo, número comemorativo do Centenário do Liceu de Évora, assim como no livro In-Memoriam Luís Derouet. Promoveu a publicação de um número especial da Semana de Évora, comemorativo do Centenário de Garrett, com a colaboração do Conde de Monsaraz, Júlio Dantas e Bulhão Pato, entre outros escritores.
Como amador fotográfico de costumes regionais e monumentos, obteve prémios e distinções, em certames efectuados em diversas cidades, como Lisboa, Évora e Abrantes. Fêz parte do Grupo Pró-Évora e pertenceu à Associação dos Arqueólogos Portugueses e do Instituto Português de Arqueologia.
A Comissão Municipal de Évora proclamou-o Cidadão Honorário. Foi condecorado com o grau de Cavaleiro da Ordem de Santiago. Publicou diversas obras, entre as quais: Évora Pró-Pátria (1924); Postais de Caldelas (1926); Iconografia Artística Eborense (1926); Presépios de Évora (1929); Alentejo Pitoresco - Paisagens e Costumes (propaganda turística - 1929); Colectânea - Estudos Diversos, de Gabriel Pereira (1934); Alentejo à Janela do Passado (1940); e Alcáçovas terra dos chocalhos (1961).