Personalidades
Abel Botelho
Abel Acácio de Almeida Botelho, nasceu em Tabuaço a 23 de setembro de 1856. É filho de Luís Carlos de Almeida Botelho, major de infantaria e professor, e de Maria Preciosa de Azevedo Leitão.
Cursou o Real Colégio Militar de 1867 a 1872, na qualidade de pensionista do Estado. Frequentou a Escola Politécnica de Lisboa e o curso de estado maior na Escola do Exército.
Fez a sua estreia literária em 1877, na "Revista Literária", do Porto, em poesia, tendo assinado também vários trabalhos sobre Filosofia da Arte. Foi colaborador do "Diário da Manhã", onde publicou vários contos que mais tarde reuniu no livro "Mulheres da Beira", e de outros jornais, tendo vindo a dirigir o jornal "Repórter" até à sua extinção. Escreveu várias comédias, representadas nos teatros lisboetas, mas a maior projeção que conheceu foi através do romance.
O seu primeiro livro impresso foi "Lira Insubmissa" (1885), a que se seguiu o ciclo "Patologia Social" constituido por "Barão de Lavos" (que se esgotou em quinze dias), "O Livro de Alda", "Amanhã", "Fatal Dilema" e "Próspero-Fortuna". Em 1900 publicou a novela "Sem Remédio" e em 1904 o romance "Os Lázaros", já anteriormente saído em folhetins no jornal "O Dia". Um ano antes, em 1903, elaborou um dicionário de abreviaturas para uso antropométrico, em latim, por se prestar melhor à sua internacionalização, que foi adotado pela Procuradoria Régia da Relação do Porto e por todas as comarcas dela dependentes. Em termos literários aproxima-se a obra de Abel Botelho ao naturalismo da escola de Zola.
Alguns dos seus romances foram traduzidos em italiano, francês e castelhano.