Ambiente e Natureza
Parque Eduardo VII
Desde 1882 que se começou a falar da construção de um grande parque no topo da Avenida da Liberdade, em substituição do Antigo Passeio Público. Inicialmente denominado Parque da Liberdade, vem a adquirir o nome de Parque Eduardo VII em 1903, por ocasião da visita do Rei de Inglaterra a Lisboa.
Em 1887, a pensar no arranjo paisagístico do Parque e no seu enquadramento na estrutura da cidade, Ressano Garcia, engenheiro operacional do município, abriu um concurso internacional entre arquitectos, sendo o 1º prémio atribuido a Henry Lusseau, que apresentou um projecto de cariz romântico e ao gosto pitoresco, constituido por alamedas, lagos e um belveder traçados ao sabor da morfologia do terreno.
O Parque foi, então, cenário de feiras, de exposições e de divertimentos: em 1848 foi terreiro da Feira Franca, por ocasião do aniversário da descoberta da Índia, e em 1910 foi palco da Feira de Agosto.
Em 1915, após intermináveis discussões e várias polémicas, começaram finalmente os trabalhos de ajardinamento do Parque. Em 1927, Forrestier foi chamado a concretizar o prolongamento da Avenida e da construção de um grande parque com jardins e campos de jogos, que se estendiam para Norte.
Somente a partir de 1942, Keil do Amaral projecta o Parque Eduardo VII tal como o conhecemos hoje, com cerca de 26 ha. O Parque desenvolve-se num plano desnivelado, recuperando a ideia de miradouro a Norte, que oferece uma panorâmica sem obstáculos com o rio: ao centro a Av. da Liberdade e a Baixa Pombalina, à esquerda o Castelo de S. Jorge e à direita as Ruínas do Convento do Carmo, tendo sempre o Tejo como pano de fundo. No topo Norte, o Parque encontra-se balizado por dois conjuntos de duas colunas monumentais, enquanto que as suas entradas a sul definem-se como longos planos horizontais, colocados de cada lado da Avenida, segundo o eixo definido pela placa da praça.
O Parque Eduardo VII caracteriza-se pela existência duma enorme alameda central relvada, prenchida por uma composição geométrica em sebes de buxo, flanqueada por um passeio em calçada portuguesa com uma largura de 100m, dividindo o Parque em duas zonas frondosas, de verde mais arborizado e denso, a ocidente e a oriente, onde estão instalados vários equipamentos:
- na zona ocidental encontra-se o Lago Grande e a Estufa Fria, um Parque Infantil, Campos de Ténis e Instalações Desportivas;
- na zona oriental desenvolve-se uma sequência de zonas de estadia, um Anfiteatro de pequenas dimensões, um restaurante e um lago e o Pavilhão Carlos Lopes (antigo Pavilhão dos Desportos).
Para além destes equipamentos, o Parque é, ainda, embelezado por um conjunto variado de estatuária: o busto de Eduardo VII de Inglaterra; estátua com Cavalo Marinho dentro do lago, de Euclides Vaz; estátua com Veado, de Stella Albuquerque; "À Arte", "À Ciência", de Raúl Xavier; figura feminina, de Vasco Pereira da Conceição; "Mãe e Filho", de António Duarte; "Evocação ao 25 de Abril de 1974", de João Cutileiro; e duas estátuas no Parque Infantil, criadas por M. de Brito em 1963.
Ameixoeira-de-Jardim (Prunus cerasifera Ehrh.); Amargozeira (Melia azedarach L.); Eucalipto (Eucalyptus viminalis Labill.); Ginkgo (Ginkgo biloba L.); Coqueiro-dos-Jardins (Arescastrum romanzoffianum (Cham.) Becc.); Carvalho (Quercus canariensis Willd); Tipuana (Tipuana tipu (Benth) Kuntze); Conjunto de Castanheiros-da-India (Aesculus hippocastanum L.); Jacarandá (Jacaranda mimosifolia R. Br.); Incenso (Pittosporum undulatum Vent.); Tília-Prateada (Tilia tomentosa Moench); Pimenteira-Bastarda (Schinus molle L.); Castanheiro-da-India-Vermelho (Aesculus x carnea Hayne).
Pato-Real (Anas platyrhynchos); Galinha-de-Água (Gallinula choropus); Goraz (Nycticorax nycticorax); Pombo-das-Rochas (Columba livia); Pardal-Comum (Passer domesticus); Melro (Turdus merula); Chapim-Real (Parus major).
RODRIGUES, José Armando, COSTA, José Lino, MAGALHÃES, Maria Filomena de, ANGÉLICO, Maria Manuel, Oásis Alfacinhas : Guia Ambiental de Lisboa, Lisboa, Verbo, 1998.
TOSTÕES, Ana, Parque Eduardo VII, Campo Grande : Keil do Amaral, arquitecto dos espaços verdes de Lisboa, Salamandra, 1992.