Ambiente e Natureza
Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina
O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina é uma das raras zonas litorais da Europa meridional que ainda mantém as suas características naturais. Ocupa uma área de 74.786 ha e estende-se por 4 concelhos: Vila do Bispo e Aljezur, no Algarve, e Odemira e Sines, no Alentejo.
Importante não só pela sua paisagem e ecossistema específicos, mas também pela sua faixa costeira de grande valor geológico, onde se podem ver formações datáveis do período Carbónico (praia da Murração), do Triássico (praia do Telheiro), do Jurássico (praia da Carrapateira), bem como formações mais recentes do quaternário, que se podem identificar nos depósitos de praias antigas, terraços fluviais e dunas, formando extensa zona costeira de substrato basicamente arenoso e areno-argiloso, a norte e a sul do substrato xisto grauváquico e calcário com linha de costa formada por arribas altas alternadas com barrancos fundos, por vezes com cursos de água temporários ou permanentes.
É um habitat eleito por importantes comunidades de fauna e flora. A avifauna local compreende cerca de 200 espécies, sendo algumas aves migratórias e cerca de 26 espécies reproduzem-se nas falésias. É possível encontrar lontras ao longo de toda a costa.
A flora local caracteriza-se por uma vegetação arbustiva rasteira, com algumas árvores. O inventário botânico de toda a área atinge as 750 espécies, das quais 12 são de caráter endémico a nível mundial.
Algumas zonas, dentro desta grande área, têm um valor mais particular como sejam as pontas de Sagres - S. Vicente pela sua geomorfologia ou o Paúl de Budens por ser uma das mais importantes zonas húmidas do Barlavento algarvio.
A zona da Ponta de Sagres é uma reserva biogenética, classificada pelo Conselho da Europa.
Allium subvillosum, Armeria arcuata, Armeria macrophylla, Armeria pinifolia, Armeria rouyana, Astragalus masiliensis.
Mamíferos: Mustela putoris, Lutra lutra, Genetta genetta, Herpestes mon, Felis silvestris, Suncus etruscus, Microtus cabrerae.
As questões ambientais que se colocam ao Parque são: agricultura intensiva; poluição marinha e atmosférica originada no complexo industrial de Sines; pressão urbana e turística; utilização dos PAF em projetos de florestação inadequados; falta de estudos técnicos/científicos sobre a generalidade da área protegida; abertura indiscriminada de vias de acesso à orla marítima; caça e pesca incontroladas; falta de divulgação dos objetivos de área paisagem protegida; risco de incêndios.