Centros Históricos
Monfortinho
Junto à margem do Erges, na linha fronteiriça, é uma antiga povoação raiana várias vezes destruída nas guerras de reconquista cristã no início da nacionalidade. Era um lugar da vigararia da Ordem de Cristo de Salvaterra do Extremo, célebre pela produção cerealífera e pela abundância de gado e caça. Nesta época remota, nasceu a romaria de influência regional e de invocação de Nossa Senhora da Consolação com a tradição do bodo, festa relacionada com a época da Primavera e ligada à ameaça que constituiu uma praga de gafanhotos ao danificar as sementeiras em crescimento. O bodo é uma festa colectiva onde todos participam, comendo as especialidades da gastronomia local. No séc. XVIII, a povoação possuía apenas cinco fogos e 16 moradores e, em 1855, com a extinção do concelho de Salvaterra do Extremo, integrou-se no de Idanha-a-Nova. Em 1905 já a festa do bodo de Monfortinho tinha organização autónoma da de Salvaterra e realizava-se junto da Capela do Senhor da Pedra.
Foi a actividade termal que acabou por dar incremento à localidade. As velhas águas romanas da Várzea da Fonte Santa, foram transformadas em banhos públicos no séc. XVIII, por ordem do Infante D. Francisco, tio do rei D. José I. No início do séc. XX, o médico Dr. José Gardete Martins, fundou em 1907 a Companhia das Águas da Fonte Santa que se transformou, em 1935, na Companhia das Águas das Termas de Monfortinho, sob liderança do Conde da Covilhã. Esta actividade que foi recentemente reincentivada com recuperação de antigas unidades hoteleiras e com a beneficiação do Parque das Termas e a abertura da fronteira introduziu uma nova dinâmica ligada à afluência turística predominante na época de Verão e à caça no Outono e Inverno.
Para além do conjunto hoteleiro termal e das novas áreas de expansão, persiste a antiga aldeia com a sua Igreja matriz e a Capela de Nossa Senhora da Consolação, junto da qual se realiza a tradicional festa do bodo.