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Património Material

Igreja de Santa Maria de Airães

Distrito: Porto
Concelho: Felgueiras

Igreja de Santa Maria de Air?es
Tipo de Património
Património Material
Classificação
Imóvel de Interesse Público
Proteção Jurídica
Decreto N.º 129/77 de 29-9. ZEP: em estudo pela DRCN
Tipologia original
Arquitectura Religiosa - Igreja
Estilo(s)
Românico. Sofreu alterações importantes nos sécs. XVII, XVIII e XIX
Áreas Artísticas
Arquitectura Religiosa
Uso atual
Local de culto
Proprietário/Instituições responsáveis
Privada
Descrição

Este monumento é um belo exemplar da arquitectura religiosa românica, gótica, seiscentista e rococó.

Santa Maria de Airães é uma Igreja de estrutura românica, orientada, de planta longitudinal, de três naves, cabeceira quadrangular simples e torre sineira adossada à fachada lateral da capela-mor. Da construção românica inicial, de uma única nave, apenas permanece a cabeceira, de planta rectangular coberta por abóbada de berço quebrado, e a parte central da fachada principal, voltada a Ocidente. Esta fachada apresenta um portal com um arranjo similar a outras igrejas da região, inserido em estrutura pétrea pentagonal e saliente à fachada, para que possa ser mais profundo. Destaque para a existência de volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas e uma água. A fachada principal escalonada com nave central termina em empena e pórtico aberto em gablete, com quatro arquivoltas assentes em capitéis lavrados em motivos fitomórficos, despidas de elementos decorativos e a forma e a dimensão indicam soluções góticas. Já a decoração das bases e dos plintos segue a tendência da região.
Correspondendo a uma antiga fundação, esta Igreja demonstra a aceitação dos modelos construtivos e as soluções decorativas próprios do românico durante largo tempo, uma das mais impressionantes características da arquitectura românica do Vale do Sousa. No embasamento da Igreja existem silhares almofadados de tipologia romana, sugerindo a existência de um edifício dessa época nas proximidade ou mesmo de uma primitiva igreja paleocristã ou suevo-visigótica.
No interior, em resultado de reconstruções sucessivas, as naves estão separadas por arcos de volta inteira sobre possantes pilares circulares (imagem: nave da Epístola). Em cada uma das naves existe uma porta e duas janelas e, no topo, retábulos de talha dourada. A cobertura é de madeira, de perfil curvo. Existe um arco triunfal quebrado de duas arquivoltas assentes em coluna de capitel esculpido e imposta, e a capela-mor tem na parede testeira uma fresta e um pequeno sacrário. O tecto é em abóbada de berço quebrada.

Núcleos mais importantes

As 3 naves que apresenta; o pórtico; capela-mor, talha dourada da estatuária; Azulejos seiscentistas.

Intervenções e Restauros

Comissão Fabriqueira: 1976 / 1977 - em curso obras de valorização do imóvel, as quais estão a ser executadas sob a orientação do Bispo Auxiliar do Porto, D. Domingos Pinho Brandão e do arquitecto Solla Campos; recuperação do aspecto primitivo do paramento exterior e interior de cantaria, arranjo do tecto da igreja, da 1ª fase do pavimento, colocação definitiva dos altares, restauro total da Sacristia e sondagens em diversas zonas interiores;
DGEMN: 1979 - reparação da instalação eléctrica, compreendendo os trabalhos de instalação eléctrica de iluminação, tomadas e de som; Câmara Municipal de Felgueiras: 1992 - arranjo da área envolvente;
1998 - execução de um parque de estacionamento junto à igreja; DGEMN: 2004, Janeiro - levantamento arquitectónico; Fevereiro - avaliação do património móvel pelo Departamento de Restauro da Universidade Católica; Julho / Novembro - conservação e salvaguarda de coberturas e paramentos exteriores, tectos das naves laterais e outros madeiramentos, e fresta da base da torre;
2005, Fevereiro / Abril - conservação e salvaguarda dos paramentos e madeiramentos interiores e instalação eléctrica;
2007 - organização de um espaço museológico, após os trabalhos de conservação de um conjunto de imagens da igreja, nomeadamente a imagem de Nossa Senhora, em pedra policromada, finalizou-se a intervenção com a organização de um espaço museológico, na nave sul, e execução de suportes expositivos.

Programas e Projetos

Requalificação da zona envolvente da igreja. Obras a iniciar em 2009, a candidatar ao QREN, no âmbito da Rota do Românico do Vale do Sousa (RRVS).

Modo de funcionamento

Horário do Culto: Sábado às 18h45 no Inverno e às 19h45 no Verão; Domingo às 11h; 3ª feira às 8h30; 5ª feira às 18h30. Para visitar deverá proceder à marcação prévia junto da Rota do Românico do Vale do Sousa.

Morada
Lugar do Mosteiro
4610
AIRÃES
Telefone
255 810 706 / 918 11
Fax
255 810 709 (RRVS)
Fonte de informação
Câmara Municipal de Felgueiras
Bibliografia

AA.VV.- Santa Maria de Airães. Estudo de Valorização e Salvaguarda das Envolventes aos Monumentos da Rota do Românico do Vale do Sousa. 2ª Fase. Vol. 2. S/n., Porto, 2005.

ALMEIDA, C.A.F. de – História da Arte em Portugal. O Românico. Vol.3, Publicações Alfa, Lisboa, 1986.

ALMEIDA, J.A.F. de – Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1998.

BARROCA, Mário Jorge – Epigrafia Medieval Portuguesa (862-1422). Corpus Epigráfico Medieval Português. Vol. II, Tomo I, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian/Fundação para a Ciência e a Tecnologia, 2000.

CRAESBEECK, Francisco Xavier da Serra – Memórias Ressuscitadas da província de Entre-Douro-e-Minho no ano de 1726. Vol. II. Ponte de Lima: Edições Carvalhos de Basto, Lda., 1992.

IPPAR, Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, Lisboa, 1993.

RODRIGUES, José Carlos Meneses – Retábulos no Baixo Tâmega e no Vale do Sousa (séculos XVII-XIX). Vols. I e III Porto, 2004. Dissertação de tese de doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

ROSAS, Lúcia (Coord.) – Românico do Vale do Sousa. Lousada: VALSOUSA - Comunidade Urbana do Vale do Sousa, 2008.

SIMÕES, J. M. dos Santos – Azulejaria em Portugal no séc. XVII. Tomo I. 2ª Edição. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997.

Patrimonium: Inventário da Terra de Sousa. Porto: Edições Etnos, 1996 (CD-ROM).

Data de atualização
04/03/2009
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