"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Centros Históricos

Centro Histórico de Ericeira

Distrito: Lisboa
Concelho: Mafra

Localização
Ericeira
Tipo de Património
Centros Históricos
Época(s) Dominante(s)
Moderna
Descrição


Povoação bastante antiga, cujo topónimo parece derivar da palavra "Oyriceia" sinónimo de ouriço, pelo facto de nas suas praias se encontrarem bastantes ouriços-do-mar.

A Ericeira abrigada em baías, dá a conhecer a quem a visita uma encantadora vila piscatória caracterizada pelas suas casas brancas emolduradas de azul e por ambiências típicas onde o património construído e os elementos humanos se harmonizam.

Por concessão do Grão-Mestre da Ordem de Avis D. Frei Fernão Rodrigues Monteiro, a vila teve em 1229 o primeiro foral, que será confirmado em 1295 por D. Dinis; mais tarde, em 1369, o filho deste monarca concede novos forais. D. Manuel I reforma em 1513 aquele privilégio. A vila é concedida por este monarca ao seu filho D. Luís, e este cede-a ao seu filho ilegítimo, D. António Prior do Crato.
Diversos episódios desenrolaram-se nesta vila; um deles, conhecido por "O Rei da Ericeira", refere-se a Mateus Álvares, ermitão do pequeno templo de S. Julião situado na periferia da Ericeira, que em 1585 foi condenado à forca em Lisboa; a sentença imposta deveu-se a ter tentado passar por D. Sebastião que desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir. O ermitão foi preso após o combate que se desenrolou no vale da Carvoeira, junto à Senhora d'O, contra as hostes espanholas.
A Ericeira foi ainda palco da partida da Família Real, que embarcou na Praia do Pescado, no iate real, seguindo para o exílio no estrangeiro, após a implantação da República em 5 de Outubro de 1910.

Do seu património construído destacam-se: a Igreja Matriz, do período setecentista, interiormente revestida de azulejaria; a Capela de Santo António, com arco triunfal datado de 1634, sendo o interior inteiramente revestido de azulejos; a Capela de S. Sebastião curiosa ermida de planta hexagonal.

A importância da Ericeira adveio do facto de aí se encontrar um porto de pesca que, por si só, constitui a única saída importante para o mar que ocorre na costa compreendida entre Cascais e Peniche. Esta situação vantajosa, fez dela, até meados de oitocentos, a 4ª Alfândega do Reino, apenas ultrapassada por Lisboa, Porto e Setúbal; com o desenvolvimento dos transportes terrestres o seu porto comercial seria extinto algum tempo depois. Desde o princípio do séc. XX até aos anos trinta, a vila piscatória da Ericeira foi importante centro da indústria conserveira, sendo atualmente a sua atividade económica sustentada pelo turismo, que detém dentro do contexto municipal e, até nacional, algum relevo; logo de seguida aparece a pesca.

Fonte de informação
Câmara Municipal de Mafra
Data de atualização
16/10/2018
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