Centros Históricos
Centro Histórico de Viana do Castelo
Entre o mar e o rio, a cidade de Viana do Castelo debruça-se sobre o Lima e encosta-se à serra de Santa Luzia, a admirar o mar carregado de poentes de horizontes azuis. Do outro lado, os vales verdejantes, abertos a rasgar nascentes.
Viana teve um papel importante durante a época dos Descobrimentos. Daqui saíram os navegadores que descobriram e colonizaram as primeiras ilhas do Atlântico e exploraram a costa ocidental de África. A riqueza da cidade e do porto, com uma frota de mais de setenta navios, consolidou um património religioso e civil, na construção dos solares como o dos Távoras ou dos Alpuins, ou do belo edifício renascentista da Misericórdia.
São de Viana os navegadores que levam a língua e as gentes a fundar colónias na Terra do Lavrador e em Porto Seguro, no Brasil. Nos sécs XVII e XVIII, a cidade mantém as suas tradições de porto mercantil importante, mas, desta vez, voltada para o comércio com o Brasil; é uma época de esplendor e riqueza, em que as construções feitas com o ouro e açúcar do Brasil vêm acrescentar um património Barroco imponente à cidade quinhentista. Visitar Viana do Castelo é passear num museu vivo de história, onde a convivência dos monumentos é, naturalmente, feita com as ruas medievais onde pode apreciar um artesanato único de louças, filigranas e bordados.
A Praça da República é, possivelmente, o local mais conhecido da cidade. Assemelha-se a um conjunto feito por um tríptico de arte, constituído pela Velha Casa dos Paços do Concelho, o Chafariz e a Casa da Misericórdia.
A antiga Casa da Câmara é uma construção de traça medieval, de linhas sóbrias, acabada na primeira metade do séc. XVI. Com aspecto de fortaleza, foi concebida em dois pisos: no piso térreo abrem-se três arcos ogivais, formando um alpendre que foi em tempos antigos o mercado e é hoje passagem das gentes apressadas na cidade. Por cima da janela central, um pormenor heráldico, uma caravela com velas pandas, símbolo da grande azáfama marítima que sempre animou a cidade.
A Casa da Misericórdia é um dos mais originais edifícios renascentistas do país. Traçada no séc. XVI, pelo Arq. João Lopes, a fachada apresenta uma arcada no rés-do-chão sobre o qual se levantam duas varandas de alpendre, destinadas ao passeio dos doentes. Estas varandas apoiam-se sobre cariátides, colunas em corpo de mulher, com um conjunto de 21 esculturas que culminam num belíssimo frontão. O interior é digno de nota, as paredes são inteiramente revestidas de azulejos feitos e assinados por Policarpo de Oliveira Bernardes. O fino trabalho em talha dourada, do séc. XVIII, deve-se ao entalhador Ambrósio Coelho.
O Chafariz, quinhentista, no centro da praça, é um objecto de arte interessante, constituído por uma coluna com duas taças e quatro carrancas, encimado pela esfera armilar.
O Santuário de Santa Luzia, inserido numa notável estância panorâmica, inclui um templo em estilo revivalista compósito, segundo projecto de Ventura Terra, aberto ao culto em 1926. Próximo encontram-se as ruínas arqueológicas da citânia de Santa Luzia.
A Ponte Eifel dá passagem à estrada e ao caminho de ferro, substituindo a anterior ponte de madeira (cujo arranque, na margem Norte, é assinalado por duas colunas de granito, a poucas dezenas de metros do antigo cais), tendo sido encomendada a Gustave Eiffel e inaugurada a 30 de Julho de 1878.