Centros Históricos
Centro Histórico de Salvaterra do Extremo
No extremo da linha fronteiriça, localização que a identificação toponímica preserva, teve foral dado por D. Sancho II em 1229, e posteriormente, em 1510, foral novo outorgado por D. Manuel I. Foi sede de concelho até ao séc. XIX, altura em que se integrou no de Idanha-a-Nova.
A rua Direita, de entrada da vila ao sítio do desmoronado castelo, com as travessas envolventes, é o espaço agregador onde se erguem a Igreja matriz e a Igreja da Misericórdia, monumentos de certa dimensão e de grande qualidade artística na fachada e no interior. A antiga casa da Câmara com a sua torre sineira e o Pelourinho com escudo, armas reais e representação da Cruz de Malta são também elementos de destaque que se integram na harmonia do conjunto da povoação.
Nos arredores destacam-se ainda a velha torre fazendo frente à castelhana Penã Fiel, a Capela de Nossa Senhora da Consolação (ermida localizada à entrada, evocando a protecção da Virgem em relação a uma praga de gafanhotos e local de realização da festa do Bodo no segundo domingo depois da Páscoa), o aqueduto com chafariz coroado pelas armas reais, as ruínas da Capela de S. Pedro e a calçada romana (vestígios da via integrada no itinerário regional que ligava Mérida à Egitânia - Idanha-a-Velha).
Marcada pelas tradições ancestrais a produção artesanal local é rica, nomeadamente o trabalho de rendas de agulhas e a gastronomia é célebre pela doçaria que enriquece os festejos do Natal e da Páscoa.
O cenário envolvente é paradisíaco com paisagens serenas, alternadas com grandes fragas sobre o rio Erges, e percorridas por espécies animais raras, com destaque para as águias reais, as cegonhas e as lontras do rio.
A economia local, outrora ligada ao contrabando fronteiriço (café, tabaco, arroz), reduz-se hoje essencialmente à agricultura com base na produção de cerais, à pastorícia e à pecuária.