Centros Históricos
Centro Histórico e Concelho de Alcobaça
CARACTERIZAÇÃO GEOGRÁFICA, HISTÓRICA, SOCIAL E CULTURAL DA REGIÃO:
O território que compõe hoje o concelho de Alcobaça, estende-se entre o Oceano Atlântico e a Serra dos Candeeiros. Dotada de uma forte identidade cultural a região alcobacense é igualmente sinónimo que uma importante e ampla diversidade patrimonial. Do legado natural e ambiental à importante marca histórica cisterciense sem nunca esquecer os testemunhos da acção dos saberes e engenhos de feição popular, o património de Alcobaça manifesta uma herança impar no país. Seja o reconhecido domínio da arquitectura, monumental ou de média e pequena escala, de herança religiosa ou vernacular, seja as evidentes reminiscências da tecnologia industrial e tradicional, as manifestações quotidianas da geografia humana ou a beleza da moldura das suas características paisagísticas, o patrimonial de Alcobaça traduz um vasto terreno de vivências para o prazer do conhecimento com profundas ligações arqueológicas, históricas e antropológicas.
Alcobaça foi, desde épocas recuadas, o centro de uma vasta região agrícola situada entre a montanha e o mar. Primitivo núcleo celta, romanizado e, mais tarde, fortaleza muçulmana, veio a ter um papel mais decisivo com a doação de vastas propriedades aos monges de Cister - os Coutos de Alcobaça e a subsequente fundação do mosteiro, no séc. XII. No séc. XIV, a estrutura agrária e administrativa consolidou-se em redor do mosteiro. Para além das explorações agrícolas nas diversas granjas, os monges desenvolveram uma verdadeira economia territorial que englobou a administração do território da Serra ao Atlântico onde se constam as actividades portuárias no litoral, em Salir e Alfezeirão, situadas então, no limite da costa marítima, a qual só veio a adquirir o recorte geográfico actual, no séc. XVIII.
A vila era constituída por dois núcleos - o aglomerado tradicional que se desenvolvia em torno do castelo e ao longo dos rios Alcoa e Baça e o complexo monumental que se abria para o largo do mosteiro.
Só a partir do séc. XIX, com o fim da administração da Ordem e o desenvolvimento da autonomia concelhia, se verificou a progressiva junção dos dois núcleos. Também as actividades económicas se diversificaram com o aparecimento de alguma indústria têxtil.
Actualmente Alcobaça é um pólo agregador e dinâmico situada bem no centro de uma região patrimonialmente rica, com outros núcleos de atracção turística e cultural relevantes, como a Nazaré, Batalha, Óbidos, Caldas da Rainha e Leiria.
O conselho de Alcobaça, inserido no distrito de Leiria, é composto actualmente por 18 freguesias: Alcobaça, Alfezeirão, Alpedriz, Bárrio, Benedita, Cela, Cós, Évora, Maiorga, Martingança, Montes, Pataias, Prazeres, S. Martinho do Porto, S. Vicente, Turquel, Vestiaria e Vimeiro.
Este município, com 53.376 habitantes (censos de 2001), tem como principais actividades económicas a agricultura, pecuária e a indústria. No sector primário destacam-se, como culturas principais, a produção de maçã, pêra, vinha e outros produtos agrícolas; no sector secundário, a indústria de couros e peles, calçado, madeira, fabrico de mobiliário, porcelanas, faiança e olaria de barro, peças em vidro, moldes e cimento.
Do comércio local faz parte uma importante actividade artesanal, comercial e alguma industria sobrevivente ligada à olaria, cerâmica, tapeçaria, lenços e toalhas.
Na região de Alcobaça, desenvolveram-se actividades ligadas à agricultura, como por exemplo a FEIRA AGRÍCOLA DE ALCOBAÇA e, fundamentalmente, certas iniciativas concertadas que se têm mantido ao longo dos tempos essenciais à promoção da cultura e tradição local, através por exemplo de feiras, como a de S. Bernardo, de 20 a 29 de Agosto e, a de S. Simão, a 26 de Outubro, em Alcobaça.
Numa política de preservação do Património Histórico – Artístico foram desenvolvidas algumas acções importantes de reabilitação como a remodelação e requalificação do antigo Cine-Teatro de Alcobaça, reconvertido na mais importante sala de espectáculos do concelho e o restauro e refuncionalização da primeira escola primária de Alcobaça de autoria do arquitecto Adães Bemudes nos finais do século XIX, actualmente integrando várias entidades e serviços vocacionados para a juventude, educação, cultura e acção social. Estão em curso igualmente alguns projectos relevantes tais como, o desenvolvimento do projecto de instalação de uma unidade de programação e gestão territorial do património museológico móvel e imóvel da região, o Museu dos Coutos de Alcobaça, e prossegue a política de requalificação urbanística do concelho que após a requalificação urbana do centro de Alcobaça avança agora para as zonas de S. Martinho do Porto e Paredes.
Às actividades culturais típicas do concelho, juntam-se á outras de amplitude nacional como os festivais ligados os espectáculo, onde ganha relevância os encontros anuais de musica erudita CISTERMÚSICA (Maio) e o festival de marionetas de reputação internacional MARIONETAS NA CIDADE (Outubro) ou ainda através de certames já de grande difusão nos media como os certames DOCES CONVENTUAIS (Novembro) e a feira O MUNDO DA MAÇÃ (Outubro). Actualmente, Alcobaça insere-se já no circuito nacional de grandes eventos liados ao espectáculo através de uma programação contínua e de qualidade assegurada pelo recém inaugurado Cine-Teatro de Alcobaça, cuja remodelação e requalificação seria concluída em 2004.
Procurando um intercâmbio cultural com outras cidades, Alcobaça procedeu à assinatura de protocolos culturais com os concelhos limítrofes, dos quais se destaca a integração na Associação de Municípios do Oeste e a geminação com Tarouca e Clairvaux (França), onde se erguem monumentos cistercienses.
Mosteiro de Alcobaça, compreendendo os Túmulos de D. Pedro e D. Inês de Castro. Capela de Nossa Senhora do Desterro, no Cemitério do Mosteiro de Alcobaça. Igreja Matriz da Vestiaria, Igreja N. S. da Ajuda, Vestiaria.
PATRIMÓNIO CLASSIFICADO - Imóveis de Interesse Público
Mosteiro/Igreja de Santa Maria de Cós, Cós.
Casa do Monge Lagareiro – “Lagar da Ataija”. S. Vicente de Aljubarrota.
Capela da Nossa Senhora da Conceição, Alcobaça.
Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, Aljubarrota.
Janela Manuelina, Rua Direita, Aljubarrota.
Pelourinho de Alfeizerão, Alfezeirão.
Pelourinho de Aljubarrota, Aljubarrota.
Pelourinho de Alpedriz, Alpedriz.
Pelourinho de Cela, Cela.
Pelourinho de Maiorga, Maiorga.
Pelourinho de Turquel, Turquel.
Ruínas de Castelo de Alcobaça, Alcobaça.
PATRIMÓNIO CLASSIFICADO - Valores Concelhios
Edifício em S. Martinho do Porto, S. Martinho do Porto.
Imóvel/Edifício na Rua Dr. Brilhante n.º5, Alcobaça.
Capela de S. Bento, Cela.
Edifício da Família Natividade – Casa de Manuel Vieira Natividade, Alcobaça.
PATRIMÓNIO RELEVANTE – NÃO CLASSIFICADO
Sistema Hidraúlico Cisterciense, S. Vivente de Aljubarrota – Alcobaça – Maiorga – Vestiaria.
Cine-Teatro de Alcobaça, Alcobaça.
Escola Adães Bermudes, Alcobaça.
Açude da Fervença. Fervença - Maiorga.
Central Eléctrica da Alcobaça, Fervença - Maiorga.
Termas da Piedade. Vestiaria.
Granja do Vimeiro, Vimeiro.
Granja de ValVentos.
Ruína do Castelo de Alfezeirão, Alfezeirão.
Núcleo Arqueológico de Parreitas, Bárrio.
Igreja dos Capuchos. Évora de Alcobaça.
Núcleos de Fornos de Cal, Pataias.
Moinhos de Água de Chiqueda, Prazeres de Aljubarrota: Canal (Azenha) e Parente (Rodízio)
Moinhos de Água da Póvoa (Rodízio). Cós.
MUSEUS
Museu dos Coutos de Alcobaça. Alcobaça (ADEPA/CMA - em instalação)
Museu do Vinho. Alcobaça (Instituto da Vinha e do Vinho)
Museu da Atlantis. Cós (Atlantis)
NUCLEOS MUSEOLÓGICOS
Museu Monográfico do Bárrio e Estação Arqueológica de Parreitas. Bárrio (J.F. Bárrio)
Museu Agrícola da Escola Profissional de Agricultura de Cister. Alcobaça (EPACIS)
Museu-loja Raul da Bernarda. Alcobaça (RB)
Casa Museu Vieira Natividade. Alcobaça (IPPAR- fechado ao público)
COLECÇÕES PARTICULARES
Assoc. Defesa. Património da Região de Alcobaça – ADEPA (arqueologia, etnografia, geologia, zoologia)
Família Oliveira (ADEPA - vários).
Família Natividade (IPPAR - arqueologia, artes decorativas).
Eduíno Borges Garcia (ADEPA - arqueologia, etnografia)
PATRIMÓNIO AMBIENTAL
Parque Natural da Serra de Aires e Candeeiros
Vale da Ribeira do Mogo, S. Vicente de Aljubarrota.
Lagoa de Pataias, Pataias.
Mata do Vimeiro, Vimeiro.
CMA, Roteiro Cultural da Região de Alcobaça: A Oeste da Serra de Candeeiros (Coordenação: Carlos Mendonça da Silva), Alcobaça. Câmara Municipal de Alcobaça [ADEPA]. 2001.
FERREIRA, Maria Augusta L. P. T., De Gil Vicente às Colchas de Chita de Alcobaça. Alcobaça. CMA. 2004.
GONÇALVES Iria, O Património do Mosteiro de Alcobaça nos Séculos XIV e XV. Lisboa. Universidade Nova de Lisboa. 1989.
LAMEIRAS-CAMPAGNOLO, Maria Olímpia; MONTEIRO, João Oliva; BRANCO, António Sanches; CAMPAGNOLO, Henri; Marcas e Sinais de Cister. Actas do Colóquio Internacional Cister, Espaços, territórios, Paisagens. XI Centenário da Abadia Cisterciense de Alcobaça. Lisboa. IPPAR. 2000. pp. 575-594.
LAMEIRAS-CAMPAGNOLO, Maria Olímpia; MONTEIRO, João Oliva; MENDONÇA, Carlos; BRANCO, António Sanches; CAMPAGNOLO, Henri, Continuar Cister: conhecer, memorizar, compartilhar os valores patrimoniais dos Coutos Cistercienses. Espaços – 1. Alcobaça. ADEPA., 1996. pp. 41-51.
MADURO, António Valério, A Produção de Azeite nas Terras de Alcobaça. Lisboa. Museu Regional do Oeste. 2002.
MARQUES, Maria Zulmira, Chalets do Romantismo Tardio. Um Século de História de Alcobaça 1810-1910. Alcobaça. 2003.