Implantado na vertente Sul da Serra da Gardunha, junto da ribeira de Alpeadra, foi um concelho próspero e é hoje uma freguesia com uma população pequena e envelhecida.

O povoamento disperso da zona serrana e das planícies envolventes data do período proto-histórico. No entanto, foi com a romanização que a partir do séc. I se estabeleceu uma ocupação sistemática com a proliferação de villas rústicas que viriam mais tarde a dar origem aos casais agrícolas da Alta Idade Média. O núcleo de povoamento medieval mais antigo situa-se no sítio do Castelo dos Mouros.

Em 1202, D. Sancho I atribuiu foral à vila de Alpeadra que mudou o lugar de fundação e o nome para Castelo Novo. Foi seu primeiro alcaide D. Paio Gutierrez que fez doação de grande parte dos seus bens territoriais à Ordem dos Templários, passando esta a beneficiar de todos os rendimentos locais e a promover o povoamento e a exploração económica. D. Manuel I deu foral novo à vila em 1510, reconhecendo a automomia do concelho que se haveria de manter até à sua extinção e incorporação no concelho de Alpedrinha em 1835 e, posteriormente, no do Fundão em 1855.

A estrutura orgânica do aglomerado mantém uma fisionomia medieval com o lugar do castelo e o largo da câmara em destaque. As atividades de caráter rural mantêm um perfil tradicional e a ambiência é reforçada pela harmonia do conjunto construído onde predominam elementos vernáculos. No domínio do património edificado destacam-se:

- A Igreja matriz, com raízes medievais, foi totalmente renovada em 1732. Apresenta arquitetura simples na fachada de grande equilíbrio arquitetónico e possui decoração interior e imaginária de tipo barroco;

- A Capela de Santo António com aparelho de granito e pequeno campanário;

- A Casa da Câmara, grande edifício do final da Idade Média e período quinhentista, com dois pisos e as armas reais na fachada;

- O chafariz joanino de tipo barroco inserido na fachada da Câmara com as armas de D. João V e construído no séc. XVIII;

- O Pelourinho junto dos velhos Paços do Concelho, testemunho do antigo estatuto autárquico, com fuste octogonal na base e cilíndrico no remate implantado sobre pedestal em degraus e com remate em capitel com decoração naturalista com elementos florais (botões), encimado por uma pinha com quatro escudos nacionais. É um exemplar qualificado da tipologia dos pelourinhos manuelinos. A casa da família Falcão, grande habitação senhorial de tipo regional construído em 1616;

- A lagariça - equipamento funcional destinado à pisa de uvas, construído na estrutura natural da rocha, em forma de concha no interior da aldeia é um exemplar raro que perpetua o testemunho das antigas vivências comunitárias.

Nos arredores, no sítio do Cabeço da Forca, subsistem vestígios da antiga forca medieval, numa evocativa ambiência marcada por um cenário de representações iconográficas alusivas à morte (caveiras e tíbias gravadas na rocha). O Castelo construído a partir do reinado de D. Sancho I apresenta ainda a torre de menagem estrategicamente localizada e transformada em torre sineira. No domínio do património natural o destaque vai para: a Serra da Gardunha que apesar das destruições provocadas por incêndios nos últimos anos é um cenário paisagístico e natural de grande qualidade ambiental e de rara beleza panorâmica. A água do Alardo cuja frescura e sonoridade marcam a ambiência da aldeia; tem sua nascente na serra nas imediações do povoado e são hoje exploradas e comercializadas.