Centros Históricos
Açores
Antiga vila, Açores conserva ainda traços da sua longevidade. Situada a Nordeste de Celorico da Beira, confronta com freguesias do Baraçal, Velosa, Ratoeira e Lajeosa do Mondego no concelho de Celorico da Beira e Vila Cortês do Mondego e Sobral da Serra no concelho da Guarda.
Outrora designada por Freixial, a atual designação deriva da ave com o mesmo nome, associada aos mitos em torno da Senhora do Açor. A freguesia é constituída pelos aglomerados de Aldeia Rica e Açores.
Açores terá sido uma importante fortificação antiga, tendo sido identificado o castro de Açores, tendo a atual aldeia sido edificada a partir do castro existente ou expandindo-se em seu redor. Pode assim inferir-se com alguma segurança que constituiu um importante santuário dos visigodos, um dos povos “godos” (chamados bárbaros) que dominaram grande parte da Península nos séculos VI e VII d.C.. Encontra-se sepultada na Igreja uma princesa visigoda – Suintiliuba –, datada de 666 d.C. (704 era de César).
Na medievalidade, dividia-se em duas partes: a vila que se governa conforme a sua jurisdição e a lameira à qual pertenciam os lugares da Aldeia Rica e Massa. Em 1758 tinha 10 fogos com uma população de 10 homens e 13 mulheres.
A freguesia de Açores tem vindo a perder população, fruto da emigração para países como os Estados Unidos da América, Suíça e França, principalmente. Os que ficaram retiram principalmente à construção civil e ao comércio de produtos agrícolas, o sustento do dia a dia.
A produção da batata e a pecuária, com o seu expoente máximo no famoso queijo de ovelha, constituem a base da atividade agrícola. O presunto também tem grande importância na freguesia, sendo o lugar de Aldeia Rica o principal responsável pela produção de queijo e presunto na freguesia.
A aldeia desenvolveu-se a partir de um amplo e muito agradável espaço verde – o Largo de Açores. Situado à entrada da aldeia (no sentido da Lajeosa), o largo recebe o visitante através de “corredores” delimitados por belas árvores de copa imponente que desembocam no Largo do Pelourinho e Solar dos Cabrais. Assume também este largo o papel de palco principal das festas e eventos que preenchem o calendário local. Serve ainda de pano de fundo à realização do mercado mensal no qual se transaciona grande variedade de produtos.
Em suma, a terra de Açores que outrora foi uma relevante vila é hoje aldeia importante pelo seu importante largo, património histórico-cultural que nos faz a todo o momento recuar no tempo.