Centros Históricos
Arruamentos antigos de Arouca
Em Arouca, eram dois os arruamentos antigos que partiam do terreiro e terminavam na capela de Santo António, na parte alta; o do Sul compreendia a Rua de Santo António e o do Norte a Rua Direita (Rua Doutor Coelho da Rocha), a qual se dividia lançando um ramo para a esquerda, em direção ao Calvário e à capela do Espírito Santo, denominada Rua da Arca (Rua Doutor Figueiredo Sobrinho), continuando em direção à primeira capela, com o nome da Rua da Lavandaria, actual Rua Doutor Teixeira de Brito.
A antiga "casa de sobrado", o tipo de moradia da pequena burguesia local que formava o conjunto dos arruados, tinha o rés-do-chão em alvenaria de granito com o piso superior formado por simples tabiques de fasquia entrecruzados de massas de barro e palha triturada, rebocados a cal. Atualmente, já não existem muitas destas casas e uma delas ainda se encontra junto aos antigos Paços do Concelho, destacando-se um letreiro com a data de 1686. Na praça existe, ao centro, um fontanário decorativo datado de 1901, em forma de grande pedestal, saindo a água de peixes fixos nas faces. O edifício dos Paços do Concelho antigos segue o modelo do séc. XIX: no rés-do-chão, as salas dos reclusos com as janelas fortemente gradeadas; o piso superior de quatro vãos retangulares na frente; a porta encimada pelo brasão nacional. Seguindo a linha do mosteiro encontram-se as antigas hospedarias setecentistas, do mesmo, com escadas encostadas aos topos e patamar alto coberto por um curto alpendre. Numa casa brasonada junto a Santo António, do séc. XIX, pode ser visto um escudo esquartelado.
A casa antiga típica é a da Rua da Arca: trata-se de uma ampla composição unificada de casas antigas e modernas; as grades de ferro, em forma de varões cilíndricos e anelados, são todas modernas. Avançando, vindo da parte alta, encontra-se uma capela de inícios do séc. XVIII, com um frontal de altar de madeira dourada, lavrado de vegetação, com a data de 1725. O primeiro tramo da habitação é o mais antigo, do início do séc. XVI, de sóbrio estilo manuelino. O andar de cima tem duas sacadas, a primeira (a partir da capela) só de arestas chanfradas, a segunda de verga rebaixada em linha ondulada; por baixo encontra-se uma janela e porta larga, com um lintel rebaixado e recortado aos gomos. Existe uma grande cruz dos Passos, do séc. XVIII, encostada à divisória das zonas de construção. O segundo tramo, que chega ao portão, é moderno, apresentando as arestas dos vãos cortados a imitarem o antigo. Na esquina está cravado um brasão do género do final do séc. XVIII, em calcário, envolto em ornatos concheados; está esquartelado. Segue-se o grande portão, de verga direita, mas rebaixada em pequenos arcos seguidos. Sobre este portão está um simples alpendre de colunelos que se liga à zona imediata. O terceiro tramo, antigo, foi bastante remodelado; tem uma sacada entre duas janelas, simplesmente chanfradas, tendo a verga rebaixada em pequenos arcos. A última parte parece conservar na parte baixa um pequeno sector antigo, sendo a restante parte moderna. O conjunto tem um aspecto híbrido, mas, a silharia, em fiadas regulares, dá-lhe um certo carácter.