Política de Cooperação
Portugal, os EUA e a questão africana
Estudos Unidos da América e Europa apresentam, pontualmente, estratégias diferentes relativamente à questão do solucionamento dos problemas de África. A posição americana está marcada por um sentido de emergência que traduz a vontade visceral da opinião pública americana em travar a presença soviética. Os europeus, por seu torno, tendem a privilegiar a estabilidade em África, considerando ser essa a melhor forma de se garantir o desenvolvimento e, em última instância, travar o avanço do comunismo nesse continente. Contudo, ambos os blocos concordam no essencial: em ordem ao seu desenvolvimento, África necessita de investimento produtivo, rigor na administração pública, abertura à iniciativa privada, bem como melhoria das infraestruturas. Ideologicamente, à visão americana dos benefícios do livre mercado, contrapõe-se uma lógica mais protecionista da Europa em relação a África. Parece, indubitavelmente, existir uma preocupação mais genuína por parte dos países Europeus em relação a África e, muito provavelmente, em virtude do reconhecimento de responsabilidades históricas assinaláveis. Na relação com os PALOPS, Portugal deve esquecer a lógica do antagonismo Leste-Oeste e perseguir uma política assente nos históricos e ancestrais laços de proximidade.