Adesão à Europa e Política Europeia

Portugal e o futuro da Europa

Passa pelo futuro da UE o futuro de Portugal. É por isto que, pese embora o poder de influência de Portugal, no conjunto da UE, seja proporcional ao seu peso relativo em relação aos demais Estados-membros, isto é, reduzido, Portugal, ainda assim, não deve demitir-se da tarefa de pensar o futuro da Europa. E o futuro da Europa passa muito pela sua política externa comum. É falso afirmar-se que a UE não tem nada de positivo a apresentar neste domínio. Com efeito, a UE tem desempenhado um importante papel na ajuda à criação de um sistema de comércio internacional mais justo e regulado, mormente no que concerne à ajuda dos países em desenvolvimento. Importa não esquecer, ainda, que a UE é o primeiro prestador mundial de ajuda pública. Estas vitórias da política externa da União não permitem, contudo, escamotear o facto de que falta uma articulação de posições comuns aos Estados-membros, no fundo, aquilo que se designa de “falar a uma só voz”. Faltam, também, umas forças armadas europeias que deem pujança e credibilidade à UE na cena internacional. Após os Tratados de Roma e, depois, do Tratado de Maastricht, o projeto europeu tem de progredir para novas fronteiras, mais ambiciosas, sendo o Tratado Constitucional, entre muitas outras coisas, enquanto facilitador de uma Política Externa Europeia, um novo e decisivo passo.