Ordem Internacional e Multilateralismo

Evolução das operações de paz: os mandatos das Nações Unidas

Os ataques terroristas de 11 de setembro vieram demonstrar à saciedade que o mundo saído da Guerra Fria não é, de modo algum, um mundo sem problemas no domínio da paz e da segurança internacionais. É neste contexto que o sistema de segurança coletiva proposto pela Carta das Nações Unidas ganha uma renovada importância. Kofi Annan colocou a ONU na primeira linha do combate ao fenómeno do terrorismo, nas suas causas e manifestações. Desde o fim do antagonismo Leste-Oeste que o papel da ONU, para a causa da manutenção da paz mundial, tem aumentado em importância. Sem a megalomania das duas superpotências, que secavam toda a iniciativa das organizações multilaterais, as operações de manutenção de paz da ONU no mundo têm vindo a revelar-se cada vez mais imprescindíveis, complexas, pluridisciplinares e multifacetadas. Contudo, um conjunto de fraquezas da organização impede-a de ser ainda mais eficaz na tarefa de prever, evitar e/ou resolver os conflitos. Esta é uma tarefa que, por definição, nunca estará finalizada e tem de evoluir conjuntamente com as mudanças do mundo. O espírito inconformista e reformista da ONU é que tem de prevalecer, para o bem da Humanidade.