Relações com EUA
As relações Portugal/ EUA após o alargamento das comunidades
Portugal, país fundador da NATO, manteve relações com os EUA muito ténues no decurso do período ditatorial. A natureza do regime português e o desconforto gerado nos EUA pela questão colonial a isso obrigaram. Neste quadro, quase a totalidade das relações bilaterais estava centrada na cedência de facilidades nos Açores ao parceiro americano. O temor comunista era também um aspeto que reforçava esses laços. Contudo, era a necessidade de legitimação de um regime internacionalmente acossado pela sua política colonial retrógrada o que mais contribuía para a sobrevivência da aliança, se assim podemos chamar. Da parte americana, a valorização extrema da sua presença nos Açores produzia o mesmo efeito. Neste quadro, nunca foi percetível um apoio americano ao regime pelo que os sentimentos antiamericanos, em Portugal, não proliferaram. Após o 25 de Abril de ´74, as relações externas portuguesas atravessaram três momentos demarcados: a neutralidade atlântica, o atlantismo antitotalitário e o multilateralismo euro-atlântico. Aceita-se, por fim, que uma identidade própria de Portugal no contexto europeu depende de uma forte presença atlântica via EUA e ex-colónias.