Relações Político-Militares

A questão do burden-sharing

O clima de distensão do antagonismo Leste-Oeste, experienciado no final dos anos 80 do século passado, levou as opiniões públicas ocidentais a pôr em causa a necessidade dos avultados investimentos em defesa, investimentos pagos pelos impostos que sobre os povos recaíam. É neste contexto que se insere o debate quanto à justa repartição de custos e de responsabilidades no seio dos países da Aliança Atlântica. Os EUA avançaram na política de retaliação face a aliados que não cumpram os limites mínimos de investimento. Esta é uma questão muito relevante, na medida em que pode originar tendências de desunião e de antagonismos no seio da Aliança. Urge, por isso, encontrar instrumentos analíticos adequados que permitam aferir a parcela razoável de investimento que deverá caber a cada um dos Aliados. Os dirigentes estado-unidenses tendem a usar dois critérios de análise puramente estatístico-financeiros: custo de defesa como percentagem do PNB e o custo de defesa per capita. O lado europeu refere que é importante atender a outros custos como sejam os chamados “custos invisíveis”. Algo é certo: esta é uma matéria à qual a diplomacia tem de estar particularmente atenta.

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Data
1988-12-15
OBS
Lello, José - "A QUESTÃO DO BURDEN-SHARING", VI CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE LISBOA A DEFESA DA EUROPA E O CONSENSO ATLÂNTICO, IEEI, 15-17 de Dezembro de 1988 págs.
Dimensão do suporte
7 págs.
Idioma
Português