Processos de Integração
A Europa, o Mercosul e as relações transatlânticas: uma perspectiva britânica
O mundo saído da Guerra Fria mostra-se cada vez mais unilateral, leia-se, centrado nos EUA. Toda a UE, e o Reino Unido em particular, perceberam já que uma excessiva colagem aos interesses dos EUA não é boa para a defesa dos seus próprios interesses estratégicos. Isto tornou-se evidente com o projeto norte-americano do sistema antimíssil, muito criticado pelos países europeus. Assim, e como resposta, proliferam e intensificam-se as tendências de agregação e de união no seio da UE. A PESC, o euro, a atitude mais pró-europeia do RU de Blair são manifestações desta tendência, manifestações que, ao evidenciarem um certo fortalecimento da UE, em certa medida, preocupam os EUA. Neste quadro, também o Mercosul tem uma palavra a dizer. O surgimento de um bloco económico, e cada vez mais político, na América Latina, ajuda a contrariar a hegemonia estado-unidense, no seu próprio continente. Contudo, quer UE quer Mercosul, no tabuleiro de xadrez das relações internacionais, partilhando dos princípios e da visão do mundo norte-americanos, têm muito mais de parceiros do que de adversário destes.