Teve lugar no passado dia 1 de fevereiro, na Universidade Lusófona do Porto, a Audição Cidadã com o Ministro da Defesa Nacional, Professor Doutor João Gomes Cravinho.
A Audição, que vinha a fechar um Ciclo de Debates promovido conjuntamente pela ULP e pelo Centro Nacional de Cultura, com apoio do Ministério da Defesa, pretendia promover o debate com os jovens e com a sociedade civil sobre o que estes consideram ser as prioridades das opções estratégicas portuguesas.
A revisão do Conceito Estratégico de Defesa Nacional, anunciado pelo atual Ministro da Defesa, e cujo processo se viu interrompido pelas eleições antecipadas, serviu como pano de fundo para uma discussão rica sobre os trâmites da atual conjuntura geoestratégica internacional.
O Ministro não se furtou a discutir o assunto da instabilidade na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, sublinhando, por um lado, o dever português dentro da NATO, mas por outro lado ainda, a questão da Ucrânia não ser membro da NATO e, portanto, de não estar abrangida sobre o artigo n.º 5 que, no pós-atentados de 11 de setembro, permitiu a ação no Afeganistão. O Afeganistão foi outro dos pontos centrais do debate, acompanhado da questão da garantia dos direitos humanos e da proteção da segurança humana nas prioridades estratégicas portuguesas e no seu posicionamento internacional.
Os estudantes e ainda alguns outros membros da plateia, indagaram também sobre a questão das relações com a China e, consequentemente, as relações transatlânticas; a redução do contingente militar e nova Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas (LOBOFA) na possível necessidade de resposta aos novos desafios geoestratégicos no início do ano de 2022; a nova corrida ao armamento e da posição portuguesa relativamente ao tratado de proibição de armas nucleares hoje; a participação portuguesa nas missões de paz das Nações Unidas em países como a República Central Africana ou no Mar da Somália; e a questão do papel da pedagogia e da educação na formação cívica sobre segurança e defesa.
Jéssica Moreira, investigadora CD-IEEI