Música
Westway Lab Festival transforma Guimarães no centro da criação musical
À quarta edição, o Westway Lab Festival mantém o conceito, mas ganha nova dimensão e novo fôlego. Refaz-se a partir do que já havia construído para crescer.

5 Abr a 8 Abr 2017
De 05 a 08 de abril, Guimarães acolhe a 4ª edição do Westway Lab, um festival transformador, original e único no país, que reúne diferentes artistas nacionais e internacionais que encontram na cidade o espaço ideal para a criação, o entendimento e a discussão da indústria musical.
Composto por diferentes camadas – Residências Artísticas, Conferências PRO, Talks, Showcases e Concertos – este ano, o Westway Lab será maior em número de dias, palcos, bandas e seguramente em toda a sua vivência, transferindo para todos um incalculável valor cultural e social que se converte também em valor económico para a região.
A criação artística é um dos mais distintivos vetores do Westway Lab. Um processo que reúne, durante uma semana, músicos de diferentes geografias e estilos musicais, no Centro de Criação de Candoso, colocando-lhes como desafio a experimentação sem limites, com apresentação dos resultados no Café Concerto do CCVF nos dias 05 e 06 de abril, às 21h30. No palco do Café Concerto do CCVF vamos, assim, poder assistir às atuações dos projetos Jaran com Yafeni e Buslav com Urso Bardo (dia 05); The Courettes com Nick Suave, seguidos dos III, grupo composto por Guillermo de Llera Blanes, Júnior, Pedro Coquenão (dia 6).
Após os showcases das residências artísticas, seguem-se os concertos da banda sueca The Mondanes (dia 05) e dos noruegueses Yuma Sun (dia 06). Os The Mondanes caraterizam-se pela versatilidade com que misturam géneros como a pop, a folk, o rock e a soul, com influências na década de 60 do século passado, aliada a uma certa modernidade através de um indie mais dançável. Os Yuma Sun definem o seu estilo como “Doomsday Rock”, numa sonoridade que funde dark rock, rock’n’roll, blues e até mesmo alguns laivos de country, criando um cenário apocalíptico que leva o público a paisagens desérticas.
No dia 07 de abril, o Grande Auditório do CCVF recebe, às 22h00, um espetáculo único que nasce de um desafio lançado pelo Westway Lab. Quest, projeto de Joana Gama e Luís Fernandes que cruza o piano e a eletrónica, apresenta-se com uma nova colaboração, desta vez com a Orquestra de Guimarães. O duo aventura-se por novos caminhos e tira a Orquestra da sua zona de conforto. Neste trabalho original para piano, eletrónica e ensemble – que conta com a cumplicidade de José Alberto Gomes na orquestração e arranjos – amplifica-se e complexifica-se a sonoridade que caraterizava “Quest”.
Na mesma noite, a partir das 23h00, a música estende-se ao Café Concerto com a atuação do músico polaco Buslav. Misturando na sua música a eletrónica, a pop e um lado mais acústico, Buslav promete uma viagem em espiral emocional que tão depressa apela ao lado mais melancólico como, de seguida, transforma a sala de concertos numa festa.
Uma das principais novidades da 4ª edição do Westway Lab tem lugar no último dia, 08 de abril, entre as 15h00 e as 18h30, momento em que o festival se alastra à cidade com showcases que acontecem no CAAA (Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura), no Convívio Associação Cultural, no Bar da Ramada e no All Guimarães. Esta iniciativa reafirma a abertura, inclusão e participação no evento de cada vez mais artistas, público e outros intervenientes culturais da cidade. Estes quatro locais convertem-se, na tarde de sábado, em pontos cardeais de uma experiência artística em roteiro pelas várias geografias de Guimarães, ao som da música que se faz no mundo. Adée, Ohrn, Joel Sarakula, Cristóvam, Maybe Canada, The Jooles, Serushiô e Vienna Ditto são os projetos que vão atuar nestes quatro locais da cidade.
À noite, a música volta a concentrar-se no Centro Cultural Vila Flor. Às 21h30, o Pequeno Auditório do CCVF recebe o projeto a solo da vimaranense Sofia Ribeiro, Lince. A voz doce e delicada de Sofia (que também fez parte de We Trust e There Must Be a Place) faz-se acompanhar do som clássico do piano a que junta, com destreza, o instrumental eletrónico. O resultado é suave, uma lufada de ar fresco, notando-se que cada melodia é trabalhada ao milímetro num som intemporal.
Às 22h15, o Westway Lab ruma ao Grande Auditório do CCVF para uma dose dupla de concertos. Os primeiros a subir ao palco são os You Can’t Win, Charlie Brown que trazem o seu último disco, “Marrow”, com novos temas que apontam para uma direção musical distinta, onde as tendências folk e as guitarras acústicas passam para segundo plano dando lugar a uma sonoridade mais elétrica e, por vezes, até mais dançável. O maior palco do CCVF recebe de seguida os XIXA, banda com raízes em Tucson, Arizona (EUA), que traz na bagagem um promissor concerto, incluído na tournée de promoção do disco de estreia, “Bloodline”. Uma atuação que nos transporta para o deserto, através de uma sonoridade que respira a natureza selvagem. Imbuída no mais puro psicadelismo da década de 70, com guitarras a soar a essência do rock’n’roll, a banda promete levar-nos às paisagens áridas da sua terra natal.
O Westway Lab termina no Café Concerto do CCVF com os :Papercutz a atuarem a partir da meia-noite. A banda apresenta-se em formato trio para interpretar o novo álbum de originais, “King Ruiner”, gravado ao longo dos últimos dois anos entre Nova Iorque e o Porto. O grupo tem vindo a desvendar a sua nova sonoridade fora de casa, em festivais entre a Ásia e os Estados Unidos. A nova vocalista, Catarina Miranda, conhecida pelo seu trabalho como Emmy Curl, é um dos elementos responsáveis pela reformulação, evocando harmonias pop e motivos corais encontrados em geografias não ocidentais. Sintetizadores analógicos, batidas urbanas, e percussões de raiz tribal são os elementos que se dispersam pelo sucessor de “The Blur Between Us”.
Um dos momentos igualmente mais diferenciadores do Westway Lab são as Conferências PRO, que acontecem de 05 a 08 de abril no Palácio Vila Flor. Com o apoio da Fundação GDA, da AMAEI e do WHY Portugal, estas conferências redobram os seus esforços para incentivar a partilha de conhecimento do mercado da música entre profissionais de topo e as comunidades de artistas, nacionais e internacionais. Este ano, no centro do debate estará a indústria musical Francesa e Sueca, dois casos ímpares de sucesso no mercado europeu, contando com oradores como Sara Thorstensson e Linda Brandemark da BILDA e Mattias Tell, do KulturUngdom, entre outros, bem como os mercados norte-americanos, com Tom Silverman, da editora Tommy Boy e também responsável pelo evento New Music Seminar em Nova Iorque. De notar que a estas sessões chegam também representantes do South by Southwest Festival (SXSW). As apresentações da IAO – International Artist Organization, LiveDMA – rede de salas Europeias, Europa Criativa e outros painéis e sessões como o da GDA tornam esta edição do Westway PRO uma oportunidade ímpar de desenvolvimento profissional. É também neste contexto da internacionalização que surge a nova parceria entre o Westway PRO e o WHY Portugal Event, que aporta às conferências deste ano uma sequência de sessões paralelas com temáticas ligadas à internacionalização da música e cinema.
Nesta edição do Westway Lab, para além dos bilhetes individuais, o festival tem disponíveis dois tipos de passes, em número limitado, que dão acesso aos concertos. Os showcases têm entrada livre. Os bilhetes para os concertos, bem como os passes, poderão ser adquiridos na bilheteira do Centro Cultural Vila Flor, Plataforma das Artes e da Criatividade, Lojas Fnac, El Corte Inglés, entidades aderentes da Bilheteira Online, e via online em www.ccvf.pt e oficina.bol.pt. As inscrições nas Conferências PRO podem ser efetuadas via online em www.ccvf.pt e www.westwaylabfestival.com