«Na Doca Seca» é uma peça sobre os grandes traumas mundiais da história contemporânea. E no centro dos quais está a desmesura do 11 de Setembro. Mas ainda, as perseguições a dissidentes políticos de regimes vários – e totalitários. Ou a emigração das massas em fuga das terras de onde os sonhos foram retirados de circulação. Sonhos de reis e sonhos de larápios.

Tudo começa com um pote de cinzas de que é preciso dar conta. De onde vem: de um atentado na Nova Atlântida, de uma incineração em Nanquim, de uma fogueira nas margens do Danúbio. Uma mulher. Um homem. As cinzas.

Em três momentos, em três lugares e em três encarnações, eles mostram como fazê-lo. Vender as cinzas dos traumas como se fosse ouro. Recuperar o pó dos sonhos como se fosse água de uma doca que secou. E onde não pode atracar-se.

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