"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Conferências

Oh Man! Aggrieved Masculinity, Silicon Valley, and the New Far Right / Conferência por Ana Teixeira Pinto

Conferência por Ana Teixeira Pinto, inserida no ciclo de Conferências Anuais Espaços Outros MAC/CCB . CICANT . ECATI

3 Mai 2025  |  15h30

Anfiteatro do Museu de Arte Contemporânea / Centro Cultural de Belém
Praça do Império, 1449-003 Lisboa
Oh Man! Aggrieved Masculinity, Silicon Valley, and the New Far Right

In her book Fascist Virilities cultural theorist Barbara Spackman described fascism as a machine that binds polarities. But this machine can only function seamlessly because its gears have already been greased by the discourses of aggrieved masculinity, the pivot around which violent ideologies can spin out of online forums and into voting booths. In a moment when a great many political questions are articulated in the rhetoric of masculinity, the present talk would like to examine how ideologies map onto the body a gendered vision of control, resistance and redress.

Bio
Ana Teixeira Pinto is a writer and cultural theorist based in Berlin. She is a professor at HBK Braunschweig and a theory tutor at the Dutch Art Institute. She is the editor of the book series On the Antipolitical and co-editor of Fascism, Unreason and the Paradox of Modernity, both published by Sternberg Press.

Conferência inserida no ciclo de Conferências Anuais Espaços Outros MAC/CCB . CICANT . ECATI
Este ciclo é uma parceria entre o Centro Cultural e Belém e a Escola de Comunicação, Arquitectura, Artes e Tecnologias da Informação (ECATI) e o Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias (CICANT) da Universidade Lusófona-Centro Universitário de Lisboa.

O objetivo desta parceria é ligar a produção académica e científica com a comunidade, proporcionando a possibilidade de transmissão de conhecimento ao mesmo tempo que se mostra como um espaço de diálogo plural. A ação que cada instituição leva a cabo contempla a possibilidade de sinergias temáticas, que vão desde as artes visuais, o cinema, as artes cénicas e as artes sonoras, a comunicação e a cultura, a arquitectura e os novos dispositivos digitais.

Estas conferências anuais terão lugar no Centro Cultural de Belém uma vez por mês, Sábado, 15:30h no auditório do MAC/CCB e com uma programação que se estende entre Março e Dezembro.

A arte do século XXI…? Outros espaços: Margens criativas.
Em 1926, o historiador e teórico da arte, Carl Einstein, publica, em Berlim, na famosa Propyla?en-Verlag, a A arte do século XX. Bem cedo, pensaram muitos. Logo nos primeiros parágrafos da obra, Einstein toca um problema que parece repetir-se agora, o do «cepticismo desta época».

O fazer criativo do homem consiste, também, em criar uma dimensão que não pertence ao regime do natural, da cognição, do conhecimento, mas sim da imaginação e das novas formas de redesenhar os objectos, ainda que às primeiras dimensões possa ainda estar ligada; a arte, porque age a partir do real, e sobre ele, é construtora e configuradora do real, já que o organiza, reorganizando os seus objectos em torno de leis que não existem na natureza, mas só e sim na própria pulsão criativa do homem; porque só a arte tem o poder de «transformar as coisas em signos nunca vistos» (Carl Einstein). Compreende-se esta caracterização porque para Einstein se tratava sempre, e principalmente, de se afastar do seu tempo, de criar distâncias para poder pensar, de um querer ir mais além da época histórica, procurando a simultaneidade temporal das formas de ver que a história até então tinha produzido, «o dever», diz em A arte do século XX, de «transformar a actividade e a percepção humanas». Para Einstein tudo se jogava nas formas de afecção da visualidade e da organização das imagens, antecipando muito das fracturas que, no mesmo século, vieram a produzir-se e que ainda hoje subsistem. É essa forma de reorganização da visão que recolhe dentro de si o conceito do alucinatório, um elemento que para ele pertence à arte enquanto instrumento que permite recriar novas formas de ver, não um meio ou instrumento que dá a ver formas, que projecta ideias ou sensações, mas sim que provoca modificações do olhar e, ao fazê-lo, produz novos modos de ver, de recriar a própria realidade. Por isso, para este, a arte é sempre, também, da ordem do político. O uso do conceito de alucinatório remete, em Einstein, para processos psíquicos complexos que ligam condições subjectivas e condições objectivas, processos psíquicos e fenómenos perceptivos, fenómenos sociais, também. Quando o alucinatório se produz, ocorrem para este processos de reacções entre o psiquismo e o fenómeno biológico, produzindo-se dessas reacções o trans-visual, um conceito que vai mais além da simples definição da arte como algo estanque, completamente definido. Entre estas possibilidades, queremos pensar, um século depois, a situação da arte no século XXI e para tal, não só Carl Einstein nos interpela, também vem a jogo a conhecida afirmação, vezes sem conta repetida na última centúria, de Samuel Beckett num título muito afim ao que propomos: «É o fim que é o pior, depois o meio, depois o fim, no fim é o fim que é o pior» (L'Innommable, 1958).
Agenda
Ver mais eventos
Visitas
106,472,425