Exuberante, porém Frágil: A Flora da Serra de São Miguel
O Festival Terras sem Sombra dinamiza, em Sousel, uma atividade no âmbito da Biodiversidade que levará os participantes, à descoberta de alguns endemismos da serra de São Miguel, verdadeiro santuário natural, ainda pouco conhecido.
27 Abr 2025 | 09h30
Ponto de encontro: Museu dos Cristos, Sousel
Preço
Entrada livre
Tendo o ponto de encontro no Museu dos Cristos, em Sousel, a visita no âmbito da salvaguarda da Biodiversidade é dirigida por João Farminhão, investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra. É sua a proposta de um “safari botânico” de que faz parte a descoberta de alguns endemismos do lugar. A serra de São Miguel constitui um tesouro praticamente intocado da biodiversidade, com realce para a flora. Sobre a singularidade do lugar, escreve o professor Farminhão, em Sítios de Interesse Botânico de Portugal Continental (Imprensa Nacional): “Para os botânicos, as serras de Sousel permaneceram terra incógnita até há bem pouco tempo. Aqui, foram encontradas quatro novas espécies para a flora portuguesa.” Acrescentando: “Uma subida ao alto de São Miguel justifica-se, entre outros motivos, pela observação do afloramento dos calcários dolomíticos que se podem ver junto à Senhora do Carmo. É, afinal, graças a estas rochas que a maioria da flora que veremos se pôde instalar na serra”. Estes “jardins liliputianos”reservam-nos a surpresa de espécies como a "Valerianella multidentata", minúsculas e delicadas plantas, sinalizadas para a flora portuguesa pela primeira vez em 2015; "Chaenorhinum rubrifolium", identificado pela primeira vez em 2004 e a minúscula cenoura-brava ("Daucus durieua"). Bons motivos para uma manhã de domingo de descoberta sob a fronde da vegetação alentejana.