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Conferências

Tesouros da BGUC

O relato do primeiro contacto diplomático entre o Japão e o Ocidente.

25 Mar 2025  |  18h00

Biblioteca Geral da Universisade de Coimbra
Largo Porta Férrea, 3000-447 Coimbra
Preço
Entrada livre
No próximo dia 25 de março, terça-feira, às 18h00, a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC) recebe mais uma sessão do ciclo «Tesouros da BGUC», promovida pela sua Liga de Amigos. O evento, intitulado «Uma joia incomparável», recupera a expressão utilizada por Richard Hakluyt para descrever a obra «De missione legatorum Iaponensium...», um relato singular do primeiro contacto diplomático entre o Japão e o Ocidente, publicado em Macau, em 1589.

A obra descreve a célebre embaixada Tensh?, uma iniciativa jesuíta que levou quatro jovens samurais japoneses ao encontro das cortes europeias, representando um momento marcante na história das relações culturais e políticas entre Oriente e Ocidente.

A sessão terá lugar na Sala de São Pedro e contará com duas intervenções distintas. Margarida Miranda, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, enquadrará a viagem da Legação no contexto da atividade missionária jesuítica, abordará a complexa questão da autoria do texto e fará uma introdução à leitura daquele testemunho singular de globalização da época moderna . Por sua vez, A. E. Maia do Amaral, bibliotecário da BGUC, abordará os aspetos materiais do documento, desde a referência feita por Hakluyt, até à história da primeira tipografia europeia que foi para o Extremo-Oriente.

A entrada é gratuita, mas está sujeita a inscrição prévia, devido à lotação limitada da sala. Os interessados podem inscrever-se através do email bg-eventos@bg.uc.pt ou preenchendo este formulário bit.ly/20250325BGUC.

Margarida Miranda
É professora Associada de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Em 2002 concluiu o Doutoramento em Literatura Novilatina, durante o qual desenvolveu investigação nas fontes históricas do Archivum Romanum Societatis Iesu (Roma), como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. A sua investigação e docência centram-se no Latim, na Cultura Clássica e nos Estudos Neolatinos, com especial incidência no Humanismo Renascentista e nas fontes escritas da Companhia de Jesus dos séculos XVI e XVII. Os seus interesses de investigação abrangem as fontes neo-latinas do humanismo renascentistae e produção cultural, literária, artístico-dramática e filosófica do humanismo jesuítico, bem como a história da educação nos Colégios da Companhia de Jesus. De entre as suas publicações, destaca-se Ratio Studiorum da Companhia de Jesus (1599): Regime Escolar e Plano de Estudos, ed. Bilingue latim – português. Trad. de Margarida Miranda. Braga: Axioma, 2018 e Miguel Venegas and the Earliest Jesuit Theater: Choruses for Tragedies in Sixteenth-Century Europe (Leiden, Brill, 2019).

A. E. Maia do Amaral
Ex-Diretor Adjunto da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra Licenciado em História/Arqueologia e pós-graduado em Ciências Documentais pela FLUC, teve experiências de trabalho diversificadas em bibliotecas públicas (Seia e Guimarães), no planeamento da Rede Nacional de Leitura Pública (requisitado para o Gabinete da Secretária de Estado da Cultura, Dra. Teresa Patrício Gouveia, 1986-1987) e de direção numa biblioteca com perfil nacional – a Biblioteca Central de Macau (1990-1994), requisitado pelo Governo do Território. Desde 1988 na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, trabalhou em catalogação de monografias e em Manuscritos e foi Diretor-Adjunto, primeiro a convite de Carlos Fiolhais, depois com José Augusto Bernardes, João Gouveia Monteiro e Manuel Portela. Como bibliotecário, organizou mais de uma centena de exposições e publicou dezenas de catálogos, entre os quais se destacam a coordenação dos volumes «Tesouros da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra» (2009), «Os livros em sua ordem» (2014) e o volume II «Catálogo bibliográfico de Camões nos prelos de Portugal e da Europa, 1563-2000» (2015). Desde 2020, dirige o Boletim da BGUC.

TESOUROS DA BGUC
Para a seleção das obras apresentadas neste ciclo, o conceito de tesouro não se limita aos mais raros e preciosos livros e fundos da BGUC, mas também aqueles que «falam eloquentemente de coisas que em cada momento e em cada contexto são valorizadas: em última análise, a qualidade de tesouro não está no objeto em si mas nos olhos de quem o vê e o mostra», sustenta A. E. Maia do Amaral. As sessões de «Tesouros da BGUC» são organizadas pela Liga dos Amigos da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (LIBUC). Já foram apresentadas obras como a «Crónica de Nuremberga», a «Bíblia Atlântica», a 1.ª edição de «Os Lusíadas», o datiloscrito da «Praça da Canção» de Manuel Alegre e recentemente, no dia 10 de maio, a história da descoberta da carta do astrónomo jesuíta Cristóvão Borri para Dom André de Almada. A gravura da Lua vista por Cristóvão Borri, em 18 de julho de 1627, com um telescópio pertencente a Dom André Vaz de Almada, é muito provavelmente o mais antigo documento gráfico de uma observação astronómica feita em Portugal.
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