Exposições
Pedras com vida de António Pinto - Escultura
António Pinto nasceu em Amarante em 1945 e reside em Vila Nova de Gaia onde se localiza o seu atelier de escultura.
22 Mar a 11 Abr 2025
Argo - Associação Artística de Gondomar
Largo Júlio Dinis - Pavilhão Municipal - Fânzeres
Preço
Entrada livre Foi monitor no Centro do Estudo da Pedra (CEP) e em vários cursos de cantaria artística em Canelas (Vila Nova de Gaia), São Miguel (Açores), Matosinhos, Alto Douro, França, Áustria, Finlândia e Espanha. Tem colaborado com diversos artistas em esculturas públicas e realizado obra pessoal, nomeadamente brasões, bustos e outras peças. No seu currículo constam várias exposições individuais e coletivas, e está representado em diversas coleções particulares e públicas, em Portugal e no estrangeiro.
Há dias que nos surpreendem pela diferença e que gostava de registar, enquanto houver neles ensinamentos importantes para o repensar das nossas opiniões sobre as pessoas que afinal, mal as conhecemos, apesar de as encontrarmos muitas vezes durante a vida.
Ontem foi um desses dias e a minha surpresa foi descobrir que aquele artista que nunca frequentou uma Faculdade de Belas Artes, quase pedia desculpa a um outro, artista diplomado, já consagrado e representado no seu e noutros países, por também ele apresentar no mesmo espaço, esculturas em granito, como se não tivesse direito de o fazer, por não ter um diploma em artes e quem sabe, muito provavelmente, por não ter tido no seu tempo, dinheiro para poder estudar.
Confesso que me emocionei perante tanta humildade, cujas palavras foram as seguintes:- « Desculpe senhor professor, eu sei que não sou escultor como o senhor, mas deram-me a oportunidade de mostrar aqui o meu trabalho e eu concordei, mas não eu não sou escultor, não senhor». Falava como se estivesse a fazer talvez uma ofensa. Adivinhava-se que aquelas palavras vinham da sua própria essência e quase duvidava se deveria estar ali, junto de conceituados artistas!
Foi-lhe reafirmado que os seus trabalhos eram também esculturas com valor, mas ele aparentemente não convencido remeteu-se a um silêncio duvidoso.
Encontrar um ser humano assim não é frequente, nem se acha sequer com direito a estar junto dos diplomados ou já famosos, porque não teve oportunidade de estudar e apesar das suas esculturas serem marcantes. Chama-se António Pinto
Isolina Carvalho
Há dias que nos surpreendem pela diferença e que gostava de registar, enquanto houver neles ensinamentos importantes para o repensar das nossas opiniões sobre as pessoas que afinal, mal as conhecemos, apesar de as encontrarmos muitas vezes durante a vida.
Ontem foi um desses dias e a minha surpresa foi descobrir que aquele artista que nunca frequentou uma Faculdade de Belas Artes, quase pedia desculpa a um outro, artista diplomado, já consagrado e representado no seu e noutros países, por também ele apresentar no mesmo espaço, esculturas em granito, como se não tivesse direito de o fazer, por não ter um diploma em artes e quem sabe, muito provavelmente, por não ter tido no seu tempo, dinheiro para poder estudar.
Confesso que me emocionei perante tanta humildade, cujas palavras foram as seguintes:- « Desculpe senhor professor, eu sei que não sou escultor como o senhor, mas deram-me a oportunidade de mostrar aqui o meu trabalho e eu concordei, mas não eu não sou escultor, não senhor». Falava como se estivesse a fazer talvez uma ofensa. Adivinhava-se que aquelas palavras vinham da sua própria essência e quase duvidava se deveria estar ali, junto de conceituados artistas!
Foi-lhe reafirmado que os seus trabalhos eram também esculturas com valor, mas ele aparentemente não convencido remeteu-se a um silêncio duvidoso.
Encontrar um ser humano assim não é frequente, nem se acha sequer com direito a estar junto dos diplomados ou já famosos, porque não teve oportunidade de estudar e apesar das suas esculturas serem marcantes. Chama-se António Pinto
Isolina Carvalho
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