A obra de Sofia Vermelho, que integra a destruição da forma do corpo feminino pela poesia do seu próprio êxtase, dispõe, através da orquestração do gesto libertino e da inteligência sensível das matérias, uma experiência rica e háptica das forças visíveis e invisíveis que transformam o corpo em carne, e sobretudo, revelam a sua fenda própria (...) que, se por um lado deixa entrever o lugar visceral da emoção e do espírito, naturalmente invisível, por outro é portal do corpo para o exterior, para o conflito sensível, observável e cíclico com a potência de Ser. E, portanto, de modo mais descritivo ou mais velado, quer seja em óleo ou barro, juta ou gesso, ecoa, nesta obra surpreendente, o mito da força magnetizante do feminino, luz interior de Danäe e Calipso, assim como de todas as Afrodites e Vénus do mundo, que em ultimato partilham a delicadíssima e igualmente ofuscante luz, extensão indissociável do sangue capaz da Criação.

BIOGRAFIA:
SOFIA VERMELHO (Coimbra, 2001) é uma artista licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas Artes do Porto (2023), e co-fundadora do colectivo Vertigo sediado no Porto. O seu trabalho procura através da pintura, desenvolver uma linguagem de expressão do sensível traduzindo no Corpo um plano de efectivação da sensorialidade, limbo entre a imanência e a transcendência selecionando por isso, o tema da Sexualidade como eixo principal.
Através da Vertigo onde desempenha as funções de produtora, directora artística e curadora, tem vindo a desenvolver eventos de intercepção entre arte e rave, reunindo várias expressões artísticas num sentido rizomático.

Inauguração: 16h – 22 de março