Esta exposição parte das perspectivas idiossincráticas destes dois fotógrafos, abrindo um amplo debate sobre a biodiversidade, as questões climáticas e ambientais, a literacia dos media, a importância da história pessoal e o papel da fotografia como ferramenta antropológica.

do Mar, de Elisa Freitas, debruça-se sobre as alterações significativas em São Bartolomeu do Mar causadas pela erosão costeira. No seu trabalho, Freitas ilustra como as alterações causadas pelo avanço do mar afetam não só a paisagem, mas também a comunidade local. A ligação pessoal da artista à zona, o forte estilo visual documental e a enorme diferença entre a imagem de arquivo e a paisagem contemporânea criam relações impressionantes.

No outro lado da moeda, Emanuel Constantino teceu uma teia visual que combina habilmente mito e história. Em “(...) se elas houverem, a gente vai tirá-las” Constantino mistura as suas próprias imagens tiradas nos arredores do Rio Ave e do Rio Vizela com fotografias de arquivo, recortes de jornais e imagens da Alemanha nazi. Em Portugal, o crescimento industrial dos anos 90 levou a questões sobre o bem-estar ambiental, que absorveram influências da visão desconfiada deixada pela Guerra Fria. O trabalho de Constantino é um desafio impressionante à literacia dos media e ao pensamento independente do espectador.