O Desenho sempre me acompanhou…

Com um lápis ou uma caneta, e três ou quatro movimentos rápidos surge a cara de um boneco mais ou menos conforme ou disforme. Eles são só isso, companheiros de uma viagem com muitas expressões e impressões entre lugares e sentimentos vários, por vezes bem-dispostos outras vezes nem tanto, sem sentido do ridículo ou da singularidade.

Não gosto de todos da mesma forma, mas têm todos a mesma paternidade. Recordo, como aluno, que nas aulas menos interessantes resultavam os melhores desenhos.

Mais tarde, já como professor, constatei que as reuniões mais fastidiosas também eram excelentes oportunidades para desenhar que tanto podem ser momentos de evasão como de concentração.

Pode parecer contraditório, mas não é. São rostos e expressões que só alguns familiares e amigos mais próximos conheciam, mas que a partir de hoje passam para uma esfera de conhecimento mais alargada. Nascem muitas vezes, num pequeno caderno ou numa qualquer folha solta de papel, são depois redesenhados no formato definitivo.

O traço principal é sempre em grafite. Podem ser a preto e branco, ou coloridos, utilizando tinta acrílica a que sobrepõe uma última camada de grafite ou lápis de cor. Tudo simples. Tal como o aprendi e tentei ensinar nas aulas de cartografia: o desenho é constituído unicamente por “Linhas”, “Pontos” e “Áreas” (polígonos), que podem ser modelados segundo meia dúzia de variáveis visuais. 

A exposição inclui também algumas peças em barro realizadas antes de ter entrado como aluno nesta Faculdade, (finais da década de 70).

Nuno Pires Soares

Curadoria de Filipa Teles e Inês Teles

Horário: Segunda a sexta, das 8h às 23h, sábado, das 8h às 18h