O evento intitula-se “Mulheres Para Além Do Efémero” e é organizado por Lília Tavares e Carlos Campos, administradores da página do Facebook Quem Lê Sophia de Mello Breyner, com mais de 130 mil seguidores. Consistirá na leitura de poesia “que imortaliza a mulher para além do efémero” de vários poetas portugueses e estrangeiros.

Associa-se a este evento um momento musical com o Coro da Assembleia da República dirigido pelo maestro Frederico Projecto.

A iniciativa enquadra-se no ciclo de sessões culturais "Pausa na Livraria", que decorre naquela instituição e que tem como objetivo criar uma dinâmica de sentido cultural com a Assembleia da República.

Gonçalo Salvado em cuja poesia a mulher e o feminino ocupam um lugar central lerá, entre outros, um poema de sua autoria sobre esta temática.

Sobre a presença nuclear da Mulher na poesia de G. S. escreveu o poeta Albano Martins: “Numa poesia de alta voltagem erótica como é a de Gonçalo Salvado, a mulher, o corpo feminino é o centro à volta do qual o discurso se organiza, se corporiza, à volta do qual, quero dizer, tudo gravita. (…) Gonçalo Salvado enamorado da irresistível beleza que há num corpo nu de mulher, vai entoando hinos que soam, aos nossos ouvidos, como árias duma ópera da sensualidade a que não falta a música.”

Também o escritor e jornalista Fernando Paulouro se refere a esta poesia como: “Um canto de amor que se desenvolve em poemas de sentido epigramático, numa epifania poética da mulher que é, na realidade, um “Cântico dos Cânticos”.

Por seu lado, para a jornalista e crítica literária Maria Augusta Silva, Gonçalo Salvado é “um poeta fascinante no cântico do amor e do corpo da mulher amada.”

Da crítica de arte e poeta Maria João Fernandes que tem vindo a debruçar-se sobre a obra de Gonçalo Salvado, citamos: “Celebração da mulher como realidade, como metáfora e como símbolo, e do ritual amoroso a que ela dá um sentido. Mediadora dos elementos, ícone supremo do mundo natural e do mundo sobrenatural, numa sublime fusão do humano, do cósmico e do divino, a sua evidência e o seu mistério diluem-se em pura luz”.