"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Exposições

Desenhos | Auto-retratos de Flávio Rodrigues

Exposição inserida na 2ª edição do ciclo "Cérebro, olhos, mãos e papel", com curadoria de Carlota Lagido.

28 Fev a 2 Mai 2025

Estúdios Victor Córdon
Rua Victor Córdon, nº 20, 1200-484 Lisboa
Preço
Entrada livre

Sobre o Programa Ciclo de Exposições
Em 2024, o Foyer dos Estúdios Victor Córdon começou a ser um lugar de exposições, recebendo em continuidade propostas de artistas visuais cujo trabalho tem uma ligação às artes performativas em geral e à dança em particular. Após a primeira edição de um ciclo de exposições com a curadoria de Carlota Lagido, durante o qual acolhemos trabalhos de Luís Guerra, João Galante e Elizabete Francisca, chega-nos agora uma nova edição que inclui os artistas Flávio Rodrigues, Miguel Bonneville e Ana Cetano.

Cérebro, olhos, mãos e papel - 2ª edição
curadoria Carlota Lagido
Que capacidade é essa do corpo que transporta o que observamos e o encerra numa folha de papel? Falo do corpo a transmutar-se em desenho, numa fusão intrincada entre olhos, mãos e papel. É como o desenvolvimento de um músculo mental que de forma misteriosa se prolonga pelo braço, chega à mão e percorre o papel. Transforma-se em movimento e dinâmica. Há pessoas das artes performativas que desenham mesmo antes de usarem o corpo como instrumento. Estas exposições revelam três formas diferentes de usar a musculatura mental, cada uma com a sua identidade e beleza. O desenho é um ato físico que requer tempo, memória, foco, prática, vontade, resistência e liberdade. É como dança. Nesta segunda edição o desenho transforma-se em ação com Flávio Rodrigues, em escultura com Miguel Bonneville e em movimento com Ana Caetano.

Calendário
28 de fevereiro a 2 de maio - Flávio Rodrigues
9 maio a 4 de julho - Miguel Bonneville
24 outubro a 26 de dezembro - Ana Caetano

Sobre a Exposição Desenhos | Auto-retratos
“Numa primeira etapa do processo criativo, à semelhança de projetos precedentes, emerge o contato com os materiais por meio da caminhada e da deriva. Nesses percursos exploratórios, os materiais assumem proeminência — cartões, folhas e outros suportes descartados no lixo ou deixados à porta de lojas e armazéns — recolhidos como fragmentos de uma paisagem urbana visível, mas frequentemente negligenciada, marginalizada ou considerada indesejada. Esses materiais constituem a base para a criação. Ademais, utilizo para a demarcação dois lápis oferecidos pelo meu pai, cujo ofício é a marcenaria. Trata-se do tradicional lápis vermelho de forma retangular, amplamente utilizado em fábricas e na construção civil, conhecido como lápis de carpinteiro. Além disso, também recorri, no processo, à máquina de costura, reutilizando linhas e outros materiais, como tinta ou canetas, igualmente encontradas na marcenaria ou em contextos de lixo. Subsequentemente, no meu quarto, enquanto espaço de maior intimidade para mim, as demarcações desvelam numa reflexão sobre a auto-representação. Aqui, o meu corpo inscreve-se nos traços e nas formas. A presença física revela-se, não apenas na ação ou no gesto, mas também nas marcas que se expandem para além dos contornos do próprio corpo. Cada desenho concretiza-se, assim, como uma matriz e extensão dessa presença, traduzindo uma possível captação que oscila entre a corporeidade e a sua ausência — habitando um “entre”. Um corpo nu e a nu. Por fim, a lógica que permeia todos esses elementos é o uso de uma linha contínua e ininterrupta. Este traçado desdobra-se de forma constante e incessante, como um fluxo rítmico e pulsante. A linha, embora finda por necessidade de conclusão, revela no seu percurso uma circularidade potencialmente infinita, que se reinventa a cada volta — uma tensão entre permanência e transformação.”
Flávio Rodrigues

Sobre o artista
Flávio Rodrigues
 iniciou o seu percurso na dança e no desenho em 1992, sob a orientação da professora e artista Alexandrina Costa. Fez formação no Ginasiano (1996), no Dance Works Rotterdam (2005) e no Núcleo de Experimentação Coreográfica (2008), e concluiu o curso de Dança Contemporânea no Balleteatro Escola Profissional em 2022. Frequentou também o curso de Intervenção Pública e Criação de Obras Site-specific na Universidade Lusófona (2009) e o curso de DJ na escola Bimotor (2015). Desde 2006, tem desenvolvido os seus próprios projetos de criação artística multidisciplinar, experimental, processual e com caráter autobiográfico. O desenho, a arte da performance, o som, o movimento e a escultura são os meios essenciais aos quais recorre. Como performer, constrói e compõe dispositivos intuitivos, utilizando materiais, sonoridades, imagens e objetos principalmente provenientes de processos de encontro espontâneo, reaproveitamento e respigação. A caminhada e o estado de deriva têm emergido como base processual meritória. Os seus projetos têm sido desenvolvidos, apresentados e expostos em diversos lugares, em parceria com diferentes estruturas, como o Teatro Municipal Rivoli (Porto), Arte Total (Braga), Ilka Studios (Hannover), 4BidGallery (Amsterdão), Rua das Gaivotas 6 (Lisboa), Faculdade de Bellas Artes U.C.M./Acción Spring(t) (Madrid), Lake Studios (Berlim), Centro de Experimentação Artística CEIA (Moita), Festival Mandala (Wroc?aw), Territori Festival (Ibiza) ou Correios em Movimento/Dança em Trânsito (Rio de Janeiro). Paralelamente ao desenvolvimento das suas próprias criações e pesquisas, tem colaborado como figurinista, músico, cenógrafo, performer (entre 2006 e 2017) e assistente de ensaios com diferentes artistas e companhias. É artista associado do Balleteatro, em cuja Escola Profissional desenvolve projetos de criação e formação, além da cocuradoria dos programas Corpo+Cidade (desde 2014) e Extemporânea (desde 2023).

+ Info: https://www.flaviorodrigues.info/

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