Conhecido por ser um dos maiores encenadores portugueses em atividade, João Cabral tem de reunir uma equipa artística de alto nível para criar, no palco do Teatro Garcia de Resende, em Évora, a lendária peça de Shakespeare. Mas o teatro está constantemente sujeito a incertezas, constrangimentos e acidentes. Cenas de audições e ensaios, cenas da vida coletiva, conversas, imprevistos, equívocos, mal-entendidos… Num equilíbrio subtil entre comédia e drama, Fabrice Melquiot apresenta uma peça de teatro dentro do teatro, uma “mise en abyme” ao mesmo tempo corrosiva e séria, onde a arte do ator é submetida a exame, à luz das notas de encenação de Stanislavski. 

Este espetáculo, em estreia mundial, é a oportunidade de ver a companhia do CENDREV dirigida pela primeira vez pelo encenador luso-suíço Georges Guerreiro.

JOÃO CABRAL ENCENA OTELO conta com a interpretação de Allex Miranda, Ana Meira, Ivo Luz, Jorge Baião, José Russo, Luís Bonito, Maria Marrafa e Rosário Gonzaga, cenografia e figurinos de Masha Schmidt, desenho de luz de António Rebocho e composição musical, sonoplastia e vídeo: João Espanca Bacelar.

JOÃO CABRAL ENCENA OTELO estará em cena de 20 de fevereiro a 16 de março, no Teatro Garcia de Resende, em Évora, com sessões com tradução em língua gestual portuguesa nos dias 1 e 8 de março.

FABRICE MELQUIOT, nascido em 5 de abril de 1972 em Modane, Saboia, é um dramaturgo, poeta, romancista, encenador e pedagogo francês. Iniciou sua carreira como ator na companhia Théâtre des Millefontaines, sob a direção de Emmanuel Demarcy-Mota, participando de montagens de grandes autores como Büchner, Copi e Shakespeare.

Como dramaturgo, Melquiot conquistou destaque ainda no final da década de 1990 com textos voltados para o público infantil, como Le Jardin de Beamon e Les Petits Mélancoliques. Estas obras, transmitidas pela France Culture, renderam-lhe o Grande Prêmio Paul Gilson da Comunidade das Rádios Públicas de Língua Francesa e o Prêmio Europeu de Melhor Obra Radiofônica para Adolescentes.

Desde então, escreveu mais de cinquenta peças, publicadas principalmente pela editora L’Arche, e traduzidas para diversos idiomas. Suas obras foram apresentadas em países como Alemanha, Grécia, Japão, México, Canadá, Estados Unidos e Rússia. A sua escrita poética, que mistura lirismo e reflexão sobre a condição humana, é uma marca de sua dramaturgia.

Em 2008, recebeu o Prix Théâtre da Academia Francesa em reconhecimento à sua significativa contribuição ao teatro contemporâneo. Além disso, sua liderança como diretor do Théâtre Am Stram Gram em Genebra, desde 2012, reafirma seu compromisso com a formação e criação artística voltada para a infância e juventude.

Melquiot também enveredou pela literatura, lançando seu primeiro romance, Écouter les sirènes, em 2024, uma obra que aborda as complexidades do luto e da introspeção com sua sensibilidade característica.

Reconhecido internacionalmente, Fabrice Melquiot continua a inspirar gerações de artistas e leitores com sua habilidade única de explorar as nuances das relações humanas e os desafios da existência.

Fabrice Melquiot é representado mundialmente pela L’ARCHE – agence théâtrale. www.arche-editeur.com

GEORGES GUERREIRO é um ator e encenador suíço-português com uma carreira diversificada no teatro contemporâneo. Formado em Engenharia de Telecomunicações pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa e com um MBA em Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa, Guerreiro alia sua formação técnica à paixão pelas artes cênicas.

Em 2004, fundou a Baraka Compagnie em Genebra, estreando com a peça "Trois jours de pluie". Desde então, a companhia produziu diversas montagens, incluindo "Les serpents" de M. N’Daye, "La jeune fille et la mort" de A. Dorfman e "Les mangeuses de chocolat" de P. Blasband.

Guerreiro também dirigiu adaptações de obras literárias, como "Le Mec de la tombe d’à côté", baseada no best-seller sueco de Katarina Mazetti, apresentada na Scène Caecilia em Genebra.

Em 2024, escreveu a peça "Entre amis", apresentada no Théâtre Le Crève-Coeur em Cologny. A montagem contou com a direção de Elena Hazanov e cenografia de Masha Schmidt, explorando as complexidades das relações interpessoais.

Além de seu trabalho como encenador, Guerreiro colaborou com outros artistas, como Safi Martin-Yé, no espetáculo "Oasis", onde contribuiu para a criação de um personagem cômico e profundo.

Sua atuação no teatro suíço destaca-se pela capacidade de transitar entre diferentes gêneros e estilos, sempre com uma abordagem inovadora e sensível às questões contemporâneas.

João Cabral encena Otelo
de Fabrice Melquiot
a partir de William Shakespeare
encenação de Georges Guerreiro
Teatro Garcia de Resende

20 de fevereiro a 16 de março
de quarta a sábado às 19h00 e domingos às 16h00
Sessões com tradução em língua gestual portuguesa dias 1 e 8 de março
135’ M/14

Informações e bilhetes:
Bilhetes: 8€ (Descontos: > 65 anos, Reformados, Associados ACDE, Cartão Estudante, Crianças < 12 anos, Famílias, Funcionários C.M.E., Grupos e Passaportes Teatro)
Sessões de quarta-feira com preço único de 3€
(+351) 266 703 112 / geral@cendrev.com/ www.cendrev.pt
Em alguns momentos do espetáculo, é utilizado cigarro eletrónico, sem nicotina.