Um político que quer ser corrupto, mas que tem a infelicidade de ninguém o convidar para esses altíssimos negócios, transformando-o contra a sua vontade, num incorruptível.

Por que só a ele não chegam os gordos milhões? Por que só ele tem a infelicidade de ninguém convidar? Ainda por cima com uma justiça benévola e tranquila que deixa prescrever os processos!!!

Como verdadeiro militante, não olha a meios para atingir os seus fins: Muda de imagem e de hábitos, mas a infelicidade não o larga. É abandonado pela mulher porque nem consegue ser corrupto como os maridos das amigas, vai ao psicanalista, à bruxa, tenta suicidar-se... e tudo falha...

No fim do espetáculo, depois de uma oração partilhada com o público, é milagrosamente convertido em Santo Padroeiro dos Corruptos.

E para fim de festa, todos cantaremos o “Hino da Corrupção”, desejando que os corruptos se reproduzam e Portugal atinja finalmente o nível da especulação Mundial.

Interpretada pela hilariante dupla Gil Filipe e Rita Mendes Nunes, esta comédia não nos deixa parar de rir.

Este espetáculo é "singela homenagem" a inesquecíveis e bem conhecidas figuras nossas contemporâneas.

Ninguém duvida que a corrupção é endémica, atinge todas as camadas da população, faz cair diariamente os ídolos com pés de barro, dirigentes partidários, opinion mokers, deputados manhosos, comentadores televisivos, meninos do jet set e gajos da ralé, é transversal...

É verdade, isto não tem cura.

Que fazer? Vai uma boa gargalhada?

Hélder Mateus da Costa

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Texto Hélder Mateus da Costa
Encenação Hélder Mateus da Costa
Interpretação Gil Filipe e Rita Mendes Nunes
Assistência de Encenação Luís Ilunga
Cenografia A Barraca
Figurinos A Barraca
Luminoplastia Vasco Letria
Design Gráfico Teresa Mello Sampayo e Manuel Petiz
Produção A Barraca
Fotografia Vasco Lello

M/12

Estreia Theatro Club, Póvoa do Lanhoso, 17 de janeiro de 2004
Estreia de reposição Teatro Cinearte - A Barraca, 14 de fevereiro de 2025

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