"No trabalho de João Marques parece haver um apelo da terra, como se esta fosse o sujeito que reclama uma espécie de chamamento universal que o olhar do artista transforma, lendo, agregando, separando e respigando o manto que, outrora verde, é agora um gesto negro que nos envolve. Em algumas conversas que tivemos sobre as obras para esta exposição e sobre a sua exposição individual anterior, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, regressámos a essa terra como ideia, magma, imagem e lugar de pertença. Existe uma polissemia de sentidos nessa palavra que é matriz para nós, como bem sabemos, e que para o artista é ainda todo um correlato de contextos, histórias, reflexões, desencantos, brilhos, ironias e subtis jogos de linguagem na materialização das suas obras. Estas são, na presente exposição, marcadas por um gesto incisivo e um vocabulário de materiais simples na sua origem, natural, quase povera, que se vêm cumprindo metodicamente e, em simultâneo, apontam uma transformação semântica que a sua linguagem visual, enquanto artista, começa a desenvolver e a interrogar". Excerto do texto do curador da exposição, João Silvério.

Horário: Seg a Sex: 10h-19h, Sábados: 10h-13h